sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Demáidaconta"

Ontem, pela manhã, um aluno meu me lembrou que era sexta-feira 13. Mas não teve azar não, foi um dia até agradável, um dia produtivo de resolução de trêtas (andei pra-caralho!).

No fim do dia tive a alegria de receber pelo correio (é sempre uma emoção abrir um envelope!) 2 livros que encomendei pela estante virtual (o meu site favorito, no momento!): "Ideologia e desenvolvimento nacional" (edição de 1.960, já amarelada... do filósofo Álvaro Vieira Pinto, pra minha pesquisa da facú) e o "Eu Sou Aquele que Disse" ( livro de estudos e impressões sobre a obra e a vida de Sérgio Sampaio). Esse sobre o Sérgio é emocionante (me levou à uma leitura muito prazeirosa), tem limões na capa (pra fazer referência à música) e já até terminei de ler na madruga. Lerei mais uma vez antes de postar algo sobre.


À noite fui com mamãe no Goiânia Canto de Ouro pra ver a apresentação do grande Gustavo Veiga (que junto com o Carlos Brandão, na minha opinião, formam a dupla tipo "Lennon/McCartney" do cerrado... os caras são bons!).

Mamãe fala que lembra-se de quando era jovem e viu no cine goiânia ouro o "Pixote" e "Lúcio Flávio" (disse-me que voltou pra casa, na época, com medo de todo mundo que via na rua).

Bom. O espetáculo de ontem começa com 20 minutos de atraso. Antes do Gustavão entrar no palco tiveram 3 shows.
Começou com um tal de Deuler que eu, sinceramente, não curti, pois me lembra do que tem de pior da Mpb dos anos 80 (período histórico em que o termo "Mpb" virou palavrão!), com seus clichês e "iêrêrês". Posso estar sendo preconceituoso (Logo eu, que sou tão vítima de pré-conceitos... Ah! Ontem de manhã até "vendi" uma aulinha de Ensino Religioso sobre pré-conceito) e tomara que eu esteja errado em relação a esse Deuler. Mas mamãe também não gostou muito, achou meio sem graça, sem vida.

Nesse primeiro show desconsiderei o vocal e fiquei viajando só no baterista, que é sensacional! O cara junta criatividade e técnica!!! Tem um olhar robótico e niilista que lembra a melancolia dos 80 (pós-punk). O brother é bunitão e poderia ser, esteticamente, um personagem do Kafka. A batéra (precisa) dele lembra o que teve de melhor na Mpb-anos 70. Qual o nome dele? Sei que, depois, ele tocou lá no jazz com o Marcelo Maia.

Destaque também pro baixista... o respeitado músico goiano: Bororó!

Depois veio o Nilton Rabelo. Aí mamãe gostou demais, pois ela o escuta sempre na Executiva ou na Rbc.
Nunca conversei com o Nilton Rabelo, mas já fui na casa dele há uns 8 anos atrás, pois estudei no 1o ano lá no Mérito (perto da Catedral, na época) com o Nilton Rabelo Júnior, filho dele. Ficamos amigos, na época, pois ambos idolatrávamos (e ainda idolatramos) os Beatles.
Dentre o repertório do Nilton-pai teve uma música lá que citava nomes da mpb-goiana, falava que ninguém olha "praqui" e que aqui não é só sertanejo e pequi. Parece-me que, dos novos, ele citou o nome da Milla e do Fernando (será que ele se refere ao Simplista?). Eu não estou na lista dele. Tudo bem.

Eu não tô nem aí. Eu não tô nem aqui.

Depois Maíra entra e canta uma música com o Nilton (sempre na passagem de um artista pro outro tem um dueto)... Até eu ficaria de pau duro também se eu estivesse no lugar do Nilton-pai naquele dueto...rsrsrs

Daí Maíra, mais linda que antes, com seu timbre exato e suave, começa seu show com "Olha Maria", bela composição de Chico, Vinícius e Tom.
Na segunda música ela cantou a melhor interpretação da noite: "Não Me Arrependo" (Fazia um tempim que um show não tirava água dos meus olhos). Nessa hora lembrei também do Aderson, que é fãnzaço do disco Cê, do Caetano. Maíra cantou de uma forma singular, que não lembrava em nada a impressão digital do Caetano.
Depois ela cantou "Balada do Louco" (aquela do rei Arnaldão com a "tomate maravilha"!). E mamãe foi ao delírio me dizendo: "Essa música sou eu!". Aí é que fez sentido o cenário (lindo, por sinal) que tinha trechos de músicas e em destaque estava escrito em cima: "Deus sou eu".
Maíra estava com um visu meio indie-rocker, carismática e muito sexy. Nunca tinha visto um show dela (e, confesso, eu tinha, antes, meio que um "pé atrás"), mas o show de ontem meio que desfez meus pré-conceitos e saí com uma visão positiva da gata.


Logo começa o show que eu tanto esperava, do Gustavão que arremata:
"A música Mpb sobrevive goianiamente pensante".

Gustavo é um excelente criador de melodias, tem uma voz linda e é muito engraçado no palco. Um véi trela, doido, gente boa, figuraça e profissa. Estava todo de branco.
Antes de cantar a música "Capim e cupim" contou um "causo":

Disse que quando o Brandão foi pra Faina de ônibus e do busão viu a devastação do cerrado, fez a letra. Mandou um email dizendo: "Gustavinho, fiz uma letra que é a sua cara!" e ele respondeu: "Ainda bem que não é a minha bunda!".

Pirei com essa música... "Capim e Cupim" (pena que não tem ela no iurtubi e nem em nenhum lugar da net pra eu mostrar aqui...)

Legal a participação do Dênio de Paula (que também é fã do Sérgio Sampaio!) durante do showzaço do Gustavêra!

Agora... piro porque tinha gente ali no público que só "pirava" com as músicas mais fracas, clichês e cafonas, viu? Em alguns momentos me vinha na mente versos do Train do Arnaldão Baptista dinovo:

"Aqui onde não pertenço
Onde é meu lar?"


Voltei pra casa com um cd autografado do Gustavo, o novo, "Menino Metido a valente". Depois que eu escutar melhor comento-o aqui. Sei que a faixa 6, "Era Primavera" (que ele também tocou no show) tem um refrão (letra-bem-brandão) que reverbera na minha cabeça até agora:


"Debáidechuva
eu vou eu vou
demáidaconta
eu sou eu sou
debáidaponte
o rio passou
aí o tempo
se apaixonou"

Um comentário:

Túlio Moreira disse...

"a dupla tipo "Lennon/McCartney" do cerrado..."

aheohaehae

tem umas músicas do véio brandas que eu curto mto!

kra, valeu aí pelo link do estante virtual... nao sabia de sebos on line... agora já tenho um passatempo pro resto do dia... ehhehe

abraço!