terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Cantando sozinho


Domingo escutei o grande Evaldo Braga e assisti Os Trapalhões no Auto da Compadecida, de 1987.
Isso! O auto da compadecida do incrivel Ariano Suassuna, que ficou famoso com as interpretaçoes de Matheus Nachtergaele e de Selton Mello,mas com os Trapalhões! Imagina!
Foi hilario ver o Didi de João Grilo, o Dedé de Chicó e o Mussum sério representando Jesus Cristo no fim do filme! Destaque também pro Raul Cortez que faz o major Antonio Morais e o diabo, o Zacarias faz o padeiro-corno e a Claudia Jimenez a mulher-safada ! Tem os casos do testamento do cachorro enterrado em latim, do gato que "descome" dinheiro, da gaita que ressucita, do cangaceiro Severino que tem muita fé em Padim Cicero. Gostei de ver isso no meu domingo de carnaval.

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Estou aqui
sozinho
ouvindo novamente o rei Arnaldo Baptista cantar...

"Navegaríamos num oceano de futuro e amor

Mas esses são só os sonhos idiotas de um homem só

Não importa mesmo o quanto eu tente

Você não está aqui do meu lado

Oh, trem vc vai demorar?

Onde é meu lar?
"

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Encontro pra baixar compactos e raridades do Sergio Sampaio...

Tem alguns que eu ja conhecia. Ate falei aqui de CLASSIFICADOS Nº1 e ja ate comentei no ultimo post que MEU POBRE BLUES era para o rei Roberto (tambem capixaba, assim como Sérgio). "FOI ELA" é muito boa tambem!

Mas, hoje, aqui nessa madruga vazia, o que me emociona é "Não Adianta" que foi lançada pela CBS em Compacto de 1972. Saca a letra que combina com a desilusão do Trem do Arnaldo (lembrando que tem tudo a ver com o espirito pos- God do Lennon e a parte da porta tem todo sentido no contexto do tempo dos milicos...)



Não Adianta
Composição: Sérgio Sampaio

Não adianta,
Não adianta nada ver a banda,
Tocando “A Banda” em frente da varanda,
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.

Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança,
O sonho acabou,
E o que adiantou?

Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço,
E tenho um canto,
Um velho endereço,
O resto é com vocês,
O resto não tem vez.

O que importa,
É que já não me importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta,
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.

Não quero nada,
Não deixo nada, que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta,
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.

Não adianta,
Não adianta, que não adianta,
Não é preciso, que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?
Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?




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Sergio e Raul Seixas

Outra que vale a pena ouvir é a HISTORIA DE UM BOEMIO(UM ABRAçO A NELSON GONçALVES)lançada também em compacto, mas pela Continental, em 1975, que traz fortes conotaçoes biograficas...


História de Boêmio (um Abraço em Nelson Gonçalves)
Composição: Sérgio Sampaio

Há muito qu'eu trago
No sangue comigo
A febre de um samba
Que é meu amigo
Há muito qu'eu molho
Seus olhos enxutos
Há muito qu'eu canto
Eu só sei cantar

Já fui derrotado
Brigando num ringue
Cantor consagrado
De tango e suingue
Depois destronado
Depois, um bandido
Há muito qu'eu canto
Eu só sei cantar


Pelas madrugadas
Boêmio convicto
Bebendo traçado
Cantando sozinho
Um samba quadrado
Até o sol reclamar

Eu hoje não posso
Ficar em silêncio
Depois de reinar
Neste palco imenso
Há muito qu'eu canto
Eu não posso parar

Um comentário:

Túlio Moreira disse...

kra, filmes dos trapalhões dos anos 80 eram muito bons!!! um dia ainda compro todos os dvds e mato as saudades da infância... mto bom msmo, um humor inteligente que acho que se perdeu agora... o didi foi ficando mais velho e perdeu o rebolado, infelizmente!!

abraços.!