sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Minha História" (Domingos Ribeiro Campos)




Hoje a canção de Taiguara faz muito sentido...

Hoje
se papai estivesse aqui
estaria completando seus 55 anos...

Um dia antes dele entrar em coma (há 13 anos atrás) escreveu com tinta vermelha o seguinte texto:



Minha História


Caminhei-me,
caminho com luz e escuridão.

Caminhei-me.

As curvas foram enormes
Mas a paciência acabou

Fui caminhando...

As tristezas estavam tomando conta de mim? ...

Assustei-me e coloquei dentro de mim tudo isto.

Estou partindo! ...

Adeus, meu amigo
meus parentes.
Enfim a todos.

Domingos

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Diego de Moraes e o Sindicato + Mallu Magalhães: dia 28/02!!!

Diego de Moraes e o Sindicato + Mallu Magalhães
Dia 28 / 02 (sábado) - Teatro Rio Vermelho (Centro de Convenções)



GOIÂNIA CONVENTION & VISITORS BUREAU + UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS apresentam:

MALLU MAGALHÃES
+
Diego de Moraes e o Sindicato
Dia 28.02.09 - TEATRO RIO VERMELHO (Centro de Convenções de Goiânia) - 21h
Ingressos à venda na TRIBO e AMBIENTE SKATE SHOP
LUGARES NUMERADOS e LIMITADOS (apenas 1.600 disponíves)
R$ 60,00 (Inteira)
R$ 30,00 (MEIA ENTRADA PARA PORTADORES DO CARTÃO CURTA GOIÂNIA POR INTEIRO ou ESTUDANTES)
http://www.goianiaporinteiro.com.br/
Produção: Monstro Discos / Vôo Livre
Informações: 62 32815358 / eventos@monstrodiscos.com.br



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E tem sorteio de um par de ingressos (superior) rolando na comunidade no orkut de Diego de Moraes e o Sindicato! Escreva seu nome e corra pro abraço!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Cantando sozinho


Domingo escutei o grande Evaldo Braga e assisti Os Trapalhões no Auto da Compadecida, de 1987.
Isso! O auto da compadecida do incrivel Ariano Suassuna, que ficou famoso com as interpretaçoes de Matheus Nachtergaele e de Selton Mello,mas com os Trapalhões! Imagina!
Foi hilario ver o Didi de João Grilo, o Dedé de Chicó e o Mussum sério representando Jesus Cristo no fim do filme! Destaque também pro Raul Cortez que faz o major Antonio Morais e o diabo, o Zacarias faz o padeiro-corno e a Claudia Jimenez a mulher-safada ! Tem os casos do testamento do cachorro enterrado em latim, do gato que "descome" dinheiro, da gaita que ressucita, do cangaceiro Severino que tem muita fé em Padim Cicero. Gostei de ver isso no meu domingo de carnaval.

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Estou aqui
sozinho
ouvindo novamente o rei Arnaldo Baptista cantar...

"Navegaríamos num oceano de futuro e amor

Mas esses são só os sonhos idiotas de um homem só

Não importa mesmo o quanto eu tente

Você não está aqui do meu lado

Oh, trem vc vai demorar?

Onde é meu lar?
"

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Encontro pra baixar compactos e raridades do Sergio Sampaio...

Tem alguns que eu ja conhecia. Ate falei aqui de CLASSIFICADOS Nº1 e ja ate comentei no ultimo post que MEU POBRE BLUES era para o rei Roberto (tambem capixaba, assim como Sérgio). "FOI ELA" é muito boa tambem!

Mas, hoje, aqui nessa madruga vazia, o que me emociona é "Não Adianta" que foi lançada pela CBS em Compacto de 1972. Saca a letra que combina com a desilusão do Trem do Arnaldo (lembrando que tem tudo a ver com o espirito pos- God do Lennon e a parte da porta tem todo sentido no contexto do tempo dos milicos...)



Não Adianta
Composição: Sérgio Sampaio

Não adianta,
Não adianta nada ver a banda,
Tocando “A Banda” em frente da varanda,
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.

Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança,
O sonho acabou,
E o que adiantou?

Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço,
E tenho um canto,
Um velho endereço,
O resto é com vocês,
O resto não tem vez.

O que importa,
É que já não me importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta,
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.

Não quero nada,
Não deixo nada, que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta,
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.

Não adianta,
Não adianta, que não adianta,
Não é preciso, que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?
Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?




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Sergio e Raul Seixas

Outra que vale a pena ouvir é a HISTORIA DE UM BOEMIO(UM ABRAçO A NELSON GONçALVES)lançada também em compacto, mas pela Continental, em 1975, que traz fortes conotaçoes biograficas...


História de Boêmio (um Abraço em Nelson Gonçalves)
Composição: Sérgio Sampaio

Há muito qu'eu trago
No sangue comigo
A febre de um samba
Que é meu amigo
Há muito qu'eu molho
Seus olhos enxutos
Há muito qu'eu canto
Eu só sei cantar

Já fui derrotado
Brigando num ringue
Cantor consagrado
De tango e suingue
Depois destronado
Depois, um bandido
Há muito qu'eu canto
Eu só sei cantar


Pelas madrugadas
Boêmio convicto
Bebendo traçado
Cantando sozinho
Um samba quadrado
Até o sol reclamar

Eu hoje não posso
Ficar em silêncio
Depois de reinar
Neste palco imenso
Há muito qu'eu canto
Eu não posso parar

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A sinceridade de Sérgio Sampaio


Eu soube que o selo Saravá Discos, do Zeca Baleiro, deve lancar o "Sinceramente", último LP de Sérgio Sampaio, lançado originalmente em 1982.

Dai lembrei de um texto meu que foi publicado no Mono Zine no ano passado. O brother Bruno Abdala tinha me pedido, na ocasião, um texto sobre algum disco que eu curtisse.
Olhei aqui na minha caixinha de emails e vi que o texto foi enviado em 22 de Julho 2008.
Posto ai o texto que é uma tentativa de análise do disco mais confessional e pessoal de Sérgio Sampaio, “Sinceramente”, lançado de forma independente...



PÔR MÚSICA NO AR



“Pouco prazer não é coisa
pro meu coração
que foi feito pra grande paixão
Para os amores maiores como o meu”
(Sérgio Sampaio)



Sérgio Sampaio:
“poeta do riso e da dor ”,
“infinito na vida”

Sérgio Sampaio (1947 - 1994) é catalogado como um artista “maldito” da MPB dos anos 70. Discordo. O considero um poeta “bendito”- um compositor azarado, mas ainda assim “bendito”- inspirado, pirado, deixado de lado, mas que merece ser “recuperado” por sua “bendita” sinceridade. Penso que essa fama de “maldito” se deve muito à mitologia criada em torno da biografia dele, do “doidão” na Lapa, perdido nas ruas a consumir álcool e muita cocaína (a ponto de Raul Seixas se sentir careta se comparado a ele).
Mas, mais importante do que as drogas consumidas por esse anti-herói trágico, é a sua obra singular, que não se vincula a nenhum “movimento” na história da Música Brasileira, que deixa sua experiência e sua visão de mundo registradas em brilhantes canções, que documentam a dor do artista que está sempre à “captura”.
Seu disco mais comentado ainda costuma ser o Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua, que tem uma excelente produção de Raul Seixas, amigo de Sérgio, com quem, antes, dividiu parcerias no genial “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10” (1971).

Há alguns anos que eu tinha a curiosidade de ouvir o disco “Sinceramente” (1982) de Sérgio Sampaio, mas nunca o encontrava. Em CD só achei seu primeiro disco “Eu quero é botar meu bloco na rua”, o “Tem que acontecer” (1976) e o brilhante “Cruel”(1994), que foi um lançamento póstumo. Recentemente, um amigo, Lino, me deu uma cópia de “Sinceramente”, que merece ter, logo, uma re-edição em CD.
Quero destacar a sinceridade presente no último LP que Sérgio lançou em vida. “Sinceramente” (o título é o mais perfeito possível) é considerado por muitos seu disco mais confessional, foi lançado de forma independente e financiado pela família da esposa (na música “Sinceramente”, inclusive, ele canta: “Não há nada mais bonito do que ser independente”). Esse disco foi produzido em um momento marcado por seu desaparecimento da cena musical, no fim dos anos 70 e começo dos 80.
É um disco que expressa a dor de um indivíduo solitário, triste, que já aprendeu muito na vida, mas que não pensava em desistir. Quando escuto tenho a impressão, em vários momentos, de ouvir (ouvir é mais que escutar, pois é uma forma de compreensão) um sujeito que passou por muita coisa, mas que agora está resolvido consigo ou, pelo menos, tentando.
O som é vazio, com muitos dedilhados e poucos instrumentos na maior parte do álbum, mas penso que combina com o vazio abordado em letras realistas (uma dura realidade), que documentam bem a realidade vivenciada por Sampaio na época. A sonoridade simples, com espaços entre os as notas nos trás a sensação de dor e solidão. Tudo ali parece fazer parte de um todo para completar a letra que segue a mesma intenção de se ver como realmente somos: sozinhos dentro de nós. São “grandes” composições, densas e maduras, reunidas em um disco sem uma “grande produção”, mas que tem o seu valor (dentro e fora do contexto).
O disco começa com a confessional “Homem de Trinta”, que já na primeira parte da letra indica o limite já vivenciado pelo artista:

“Quase que eu fui pro buraco
Por pouco não fui morar no porão”


A figura poética do “porão” já havia sido utilizada na canção “Que loucura”, lançada no disco anterior, em 76. Luiz Melodia, que gravou essa música, me disse que o eu lírico de “Que loucura” é o poeta Torquato Neto:

Tô maluco da idéia
Guiando carro na contramão
Saí do palco e fui pra platéia
Saí da sala e fui pro porão




A imagem do “palco” também aparece em outra canção de “Sinceramente”, “Só para o seu coração”, em que ele se declara para uma mulher que o faz “infinito na vida”:

Mais do que cantar pra o mundo inteiro
Eu quero cantar primeiro
Só para o seu coração
Mais do que este palco iluminado
Eu quero esse delicado
Contato da sua mão


Mas, voltando a “Homem de Trinta”, Sérgio nos diz que, agora (no momento em que cantava aquilo) está com os olhos mais claros- depois de “um tempo nisso” (será que esse “isso” é o seu próprio ofício de compositor enquanto “jornalista de sua própria dor” ou o mundo do vício?). A banda entra quando a letra fica mais “pra cima”. De alguma forma, ele demonstra ser um homem maduro, calejado, mas com uma pitada de otimismo, sem ser bobo, ao expressar sua insistência e seu amor à vida:

Eu me descubro, amor, dentro do vício
Maravilhosamente a renascer. . .
Amando a vida como ama
o empalhador um pedaço de pau
o pescador o seu rio
e o sofredor sua mulher fatal


No fim da canção ele indica a lucidez de alguém que não quer mais “barra pesada” (cocaína...), de alguém sozinho (no sentido de estar “sem bando”), mas que não quer a solidão e ama sua esposa, como se vê:

Tenho tomado algumas
E tenho amado uma mesma mulher
Eu tenho andado sem turma
Mas solitário eu sei que não dá pé

Na segunda música do LP ele conclue que só existe pra estar “na captura”. E fala, novamente, da solidão, nesse trecho que considero ser um dos mais autobiográficos, pois faz referência até à sua sombra magra:

A solidão que me acompanhava
Quando eu ia da Lapa à Copacabana a pé
Na captura da pessoa que pudesse ser tão boa
Pra encher esse vazio, fruto dessa solidão

É a mesma desse meu apartamento
Quando o meu carro vermelho
Onde quer que se encontre
Essa minha sombra magra
Enchendo todas as pontes
Que vão dar no coração


Outra pérola é a emocionante “Essa tal de mentira”, que com uma musicalidade intimista canta (e encanta):

Ah... Quanta dor que me causa essa tal de mentira
E o pior de disso tudo é que sempre me inspira...
A dor de ser enganado me rouba, me tira


Fascina-me a capacidade desses compositores, como Sérgio Sampaio, Tom Zé e Luiz Tatit, que sabem trabalhar a rima, a palavra e a melodia e dando um sentido muito pessoal pra tudo isso. Nessa música sobre a mentira, ele exprime que agarra o seu violão, que lhe dá forças, e, novamente, o clima de desilusão dá lugar a uma vontade de continuar, como se vê na última parte dessa música (que me inspira a continuar tentando também):

De novo recomeçar
Outra vez acreditar
Compor, escrever, cantar...
Pôr música no ar
Música no ar
Música no ar
Música no ar



Pra mim, Sérgio, apesar do sucesso do refrão “Eu quero é botar meu bloco na rua”, foi um artista que tem seu maior valor no detalhe de sua obra, na frase escondida, em cada palavra bem pronunciada e não no que está explícito. O disco é recheado de detalhes que se configuram em grandes momentos, como a frase: “em matéria de amor, sou aquele que vive” e em fortes expressões poéticas, como “movimentos tão sábios” ou “cego sem guia”. Podemos considerar Sérgio, usando suas próprias palavras, “um poeta do riso e da dor” (na música “Tolo fui eu”, em que separa bem a primeira da segunda parte, quando admite que ela que é a tola e ele o tolo quando quiz em vão dar o amor). Ele nos passa confiança, e conforto por saber que não estamos sozinhos com nossa dor.
No disco em questão, Sérgio explora a temática da dor de quem vivencia a sensação de solidão e lucidez, como canta na excelente canção de 1 minuto e 20 segundos definitivos, “Sinceramente”: “Não há nada mais sozinho do que ser inteligente.”. Sobre essa solidão podemos dizer que ela estava presente até no seu processo de composição, pois teve poucas “parcerias”: a maior parte de seu repertório é composta por canções que ele compôs sozinho. Nesse disco só tem uma parceria, com o amigo e xará: Sérgio Natureza, que também compôs com ele a fantástica e cruel Roda Morta (Reflexões de um Executivo), lançada no cd Cruel. No disco de 82 a parceria é a “Cabra cega”, que é um apelo com imagens poéticas, para um insensível abrir os “olhos do coração”.

Com uma profunda sensibilidade em relação à vida, o Eu lírico parece ser o próprio compositor expondo suas feridas, como na música sobre um cara resolvido em não voltar com uma mulher , “Nem assim”, que é um dos momentos mais intensos do disco., daqueles em que a letra e a música falam por si:

Você pode dizer o que quiser de mim
Que nada do que diga me fará voltar
Pode inventar mentiras e até publicar
Dizer q eu não sirvo mesmo pro amor
Que eu sou um narcisista e um mal compositor
Que se eu morrer agora ninguém vai chorar
Que os vícios da cidade toda estão em mim
Enfim, que foi você quem em abandonou,
E por tantas razões que nem dá pra lembrar
E sem contar as vezes em que eu lhe bati
Pode botar no rádio e na televisão
Não... nem assim
Nem assim...

Você pode chorar no colo da mamãe
Dizer pros seus irmãos o quanto eu fui ruim
Chamar toda a polícia para me prender
Chegar com advogado e ordem do juiz
Pode fazer comício nas praças do rio
Em nome da dignidade da mulher
Mostrar pra todo mundo as marcas que eu NÃO fiz
Provadas no instituto médico legal
Pode botar meu nome no SPC
Dizer que eu não paguei as jóias que 'cê quis
Você pode dizer o que quiser de mim
Nem assim
Nem assim


“Nem assim” é uma canção brilhante com um direcionamento, em que a primeira frase é fundamental para definir o sentido do resto. Hoje nenhum cantor “romântico” tem a ousadia de colocar expressões “Instituto Médico Legal” e “SPC” em uma música de amor.
Após “Nem assim”, que expressa um certo ressentimento com um amor que não deu certo, vem aquela que é a faixa mais otimista (no trava-língua da letra e no suingue do som) do disco, “Doce melodia”, que tem a participação do amigo “negão” (conforme Sérgio fala): Luiz Melodia, que canta junto no refrão: crente que “melhores dias virão”.
Ainda pensando sobre a genialidade que está nos detalhes da obra, achei fantástico o sarcasmo de terminar um disco tão pessoal e denso assim com a bem humorada “Faixa Seis” (que foi a sexta faixa do lado b- no cd seria a faixa 11), que indica uma “melhoria” no estado de espírito:

Você hoje pra mim
Está completamente resolvida
Você hoje pra mim é a faixa seis
Do lado B
Do meu último LP
Aquela que o programador do rádio nunca toca
Aquela que o divulgador do disco evita

Aquela que fica espremida entre a quinta
A quinta faixa e o final da fita


Essa genial “Faixa Seis” acabou, realmente, sendo a última faixa do último LP, que ele lançou em vida. Um disco que dá indícios de que ele estava resolvido consigo em sua maturidade, apesar do sofrimento ainda presente. Depois desse disco e de não emplacar mais uma vez, Sampaio foi para a Bahia onde, segundo a biografia, conseguiu reencontrar a paz de espírito, parou com as drogas e sonhava em retomar a carreira (musical). Mas não teve tempo. Vítima de uma vida sem regras, Sérgio Sampaio morreu em maio de 1994, após sofrer terrivelmente com suas crises de pancreatite. Mas a história continua mesmo depois de sua morte na memória de seus admiradores e no seu primeiro CD “Cruel”, que foi sua “quarta obra prima” (mas isso já é outra história...), que traz canções inéditas que já apresentava nos bares.
Pouco tempo antes da morte fez alguns shows em Goiânia, que é recordado por nomes que batalham na Mpb do Estado. Na ocasião foi até entrevistado pelo compositor e jornalista Carlos Brandão (que lamenta ter gravado outras coisas sobre a fita que usara pra entrevistar. Brandão fala que ele estava bem humorado e que falou à beça) e ficou hospedado na casa do Pádua, com quem compôs a canção “Mestiço”. Dênio de Paula relembra emocionado, pois também é fã, de tocar nessa época a “Filme de Terror”. Todos que converso sobre Sérgio me falam dele como um cara extremamente talentoso, genial e carismático.
Sérgio nasceu na mesma cidade do “rei” Roberto Carlos (para quem compôs a sarcástica “Meu Pobre Blues”, lançada em um Compacto simples em 1974), Cachoeiro do Itapemirim (ES). Conforme Vitor Lopes, em um artigo do site overmundo, a irmã Mara lamenta saber que Sérgio Sampaio está esquecido, que não é nome de rua, não é nome de praça, não é nome de escola, não é lembrança de nada. E, segundo Rodrigo Moreira, autor do livro "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua", a biografia de Sérgio Sampaio, que fala, entre outras coisas, de sua controversa relação com a imprensa, pior que a censura imposta pelo governo era a censura da mídia.
Concordo com meu amigo Mário Costa: o que falta em muita música hoje é o que sobra em “Sinceramente” de Sergio Sampaio, que é, justamente, sinceridade, verdades e sentimento. Mário, que é químico, diz:
“O álbum “Sinceramente” é realmente um dos relatos mais sinceros que já ouvi de uma pessoa madura, que sabe que o tempo passou para se também e que o mundo já não e mais o mesmo, com o tempo as coisas perdem um pouco de seu brilho.... (oxidação).”
“É um disco para poucos, pra quem sabe sentir o vento soprado do bater asas de uma borboleta” complementa Mário, que é fã incondicional da obra de Sérgio. Em um mundo cada vez mais burocratizado e frio: sinto que Sérgio faz cada vez mais falta.



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DISCO: SINCERAMENTE
ARTISTA: SÉRGIO SAMPAIO
ANO: 1982


MÚSICAS:

1
Homem de trinta

(Sergio Sampaio)

2
Na captura

(Sergio Sampaio)

3
Tolo fui eu

(Sergio Sampaio)

4
Só para o seu coração

(Sergio Sampaio)

5
Essa tal de mentira

(Sergio Sampaio)

6
Meu filho, minha filha

(Sergio Sampaio)

7
Cabra cega

(Sergio Natureza - Sergio Sampaio)

8
Sinceramente

(Sergio Sampaio)

9
Nem assim

(Sergio Sampaio)

10
Doce melodia

(Sergio Sampaio)

11
Faixa seis

(Sergio Sampaio)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Chelo e comparsas no República!!!



Pré-festa Grito Rock Goiânia 2009 - sexta-feira
Nessa sexta de carnaval o Estúdio República e a Fósforo Cultural promovem a pré-festa do Grito Rock Goiânia 2009. A festa vai ter a cara da tradicional festa do Rei Momo, com samba, música brasileira, marchinhas de carnaval, funk, soul, jazz, reggae e, é claro, rock. Além de confete e serpentina para tudo ser tornar um legítimo baile de carnaval!

Dois ambientes - banda e discotecagem.

Bar com chopp geladaço, vodka, refri, água e energético.

Pré-festa do Grito Rock Goiânia 2009
Dia 20/02/2009 - sexta-feira de carnaval
Ingressos R$ 5,00
21 horas
Local: Estúdio República

Discotecagem
Maurício Motta
Daniel de Melo - Música da Minha Gente
Pablo Kossa

Show
Roda de samba com Grupo Maçonha (Chelo e comparsas)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Simplista e o bloco da madeira

Então. Sem querer achei no iurtubi esse vídeo aê do "Simplista e o bloco da madeira" (ex-banda do Fernandêra Cinquistrêla):




Só vi um show do Simplista e o bloco, no Martim. Essa banda foi o projeto que o Fernando montou após o fim do Leigos (banda em que o Fernando tocava guitarra e gritava, o Érick tocava baixo e nos hospedava e eu tocava bateria e caía de cabeça no chão).

Achei o vídeo sem querer mesmo. Encontrei, pois uma amiga (via msn) disse que queria ouvir uma música minha que só ouviu uma vez e q é mais ou menos assim: " hj eu moro nessa cabeça ......................... e dentro do seu ...........coração".

Daí eu fui procurar o vídeo do "Já Pensei" (com os Filhos de Maria e Madalena) e achei esse do Bloco da Madeira (que eu nem sabia que tinha!), nos vídeos relacionados. hihihi

Aproveito e jogo aqui também o vídeo do "Já Pensei":





"Hoje eu moro... nessa cabeça detonada..."



"lembre de nós como quem ama e recita!"


Fui!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Viagem...

"que viagem
ficar aqui
parada"

(Alice Ruiz)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Demáidaconta"

Ontem, pela manhã, um aluno meu me lembrou que era sexta-feira 13. Mas não teve azar não, foi um dia até agradável, um dia produtivo de resolução de trêtas (andei pra-caralho!).

No fim do dia tive a alegria de receber pelo correio (é sempre uma emoção abrir um envelope!) 2 livros que encomendei pela estante virtual (o meu site favorito, no momento!): "Ideologia e desenvolvimento nacional" (edição de 1.960, já amarelada... do filósofo Álvaro Vieira Pinto, pra minha pesquisa da facú) e o "Eu Sou Aquele que Disse" ( livro de estudos e impressões sobre a obra e a vida de Sérgio Sampaio). Esse sobre o Sérgio é emocionante (me levou à uma leitura muito prazeirosa), tem limões na capa (pra fazer referência à música) e já até terminei de ler na madruga. Lerei mais uma vez antes de postar algo sobre.


À noite fui com mamãe no Goiânia Canto de Ouro pra ver a apresentação do grande Gustavo Veiga (que junto com o Carlos Brandão, na minha opinião, formam a dupla tipo "Lennon/McCartney" do cerrado... os caras são bons!).

Mamãe fala que lembra-se de quando era jovem e viu no cine goiânia ouro o "Pixote" e "Lúcio Flávio" (disse-me que voltou pra casa, na época, com medo de todo mundo que via na rua).

Bom. O espetáculo de ontem começa com 20 minutos de atraso. Antes do Gustavão entrar no palco tiveram 3 shows.
Começou com um tal de Deuler que eu, sinceramente, não curti, pois me lembra do que tem de pior da Mpb dos anos 80 (período histórico em que o termo "Mpb" virou palavrão!), com seus clichês e "iêrêrês". Posso estar sendo preconceituoso (Logo eu, que sou tão vítima de pré-conceitos... Ah! Ontem de manhã até "vendi" uma aulinha de Ensino Religioso sobre pré-conceito) e tomara que eu esteja errado em relação a esse Deuler. Mas mamãe também não gostou muito, achou meio sem graça, sem vida.

Nesse primeiro show desconsiderei o vocal e fiquei viajando só no baterista, que é sensacional! O cara junta criatividade e técnica!!! Tem um olhar robótico e niilista que lembra a melancolia dos 80 (pós-punk). O brother é bunitão e poderia ser, esteticamente, um personagem do Kafka. A batéra (precisa) dele lembra o que teve de melhor na Mpb-anos 70. Qual o nome dele? Sei que, depois, ele tocou lá no jazz com o Marcelo Maia.

Destaque também pro baixista... o respeitado músico goiano: Bororó!

Depois veio o Nilton Rabelo. Aí mamãe gostou demais, pois ela o escuta sempre na Executiva ou na Rbc.
Nunca conversei com o Nilton Rabelo, mas já fui na casa dele há uns 8 anos atrás, pois estudei no 1o ano lá no Mérito (perto da Catedral, na época) com o Nilton Rabelo Júnior, filho dele. Ficamos amigos, na época, pois ambos idolatrávamos (e ainda idolatramos) os Beatles.
Dentre o repertório do Nilton-pai teve uma música lá que citava nomes da mpb-goiana, falava que ninguém olha "praqui" e que aqui não é só sertanejo e pequi. Parece-me que, dos novos, ele citou o nome da Milla e do Fernando (será que ele se refere ao Simplista?). Eu não estou na lista dele. Tudo bem.

Eu não tô nem aí. Eu não tô nem aqui.

Depois Maíra entra e canta uma música com o Nilton (sempre na passagem de um artista pro outro tem um dueto)... Até eu ficaria de pau duro também se eu estivesse no lugar do Nilton-pai naquele dueto...rsrsrs

Daí Maíra, mais linda que antes, com seu timbre exato e suave, começa seu show com "Olha Maria", bela composição de Chico, Vinícius e Tom.
Na segunda música ela cantou a melhor interpretação da noite: "Não Me Arrependo" (Fazia um tempim que um show não tirava água dos meus olhos). Nessa hora lembrei também do Aderson, que é fãnzaço do disco Cê, do Caetano. Maíra cantou de uma forma singular, que não lembrava em nada a impressão digital do Caetano.
Depois ela cantou "Balada do Louco" (aquela do rei Arnaldão com a "tomate maravilha"!). E mamãe foi ao delírio me dizendo: "Essa música sou eu!". Aí é que fez sentido o cenário (lindo, por sinal) que tinha trechos de músicas e em destaque estava escrito em cima: "Deus sou eu".
Maíra estava com um visu meio indie-rocker, carismática e muito sexy. Nunca tinha visto um show dela (e, confesso, eu tinha, antes, meio que um "pé atrás"), mas o show de ontem meio que desfez meus pré-conceitos e saí com uma visão positiva da gata.


Logo começa o show que eu tanto esperava, do Gustavão que arremata:
"A música Mpb sobrevive goianiamente pensante".

Gustavo é um excelente criador de melodias, tem uma voz linda e é muito engraçado no palco. Um véi trela, doido, gente boa, figuraça e profissa. Estava todo de branco.
Antes de cantar a música "Capim e cupim" contou um "causo":

Disse que quando o Brandão foi pra Faina de ônibus e do busão viu a devastação do cerrado, fez a letra. Mandou um email dizendo: "Gustavinho, fiz uma letra que é a sua cara!" e ele respondeu: "Ainda bem que não é a minha bunda!".

Pirei com essa música... "Capim e Cupim" (pena que não tem ela no iurtubi e nem em nenhum lugar da net pra eu mostrar aqui...)

Legal a participação do Dênio de Paula (que também é fã do Sérgio Sampaio!) durante do showzaço do Gustavêra!

Agora... piro porque tinha gente ali no público que só "pirava" com as músicas mais fracas, clichês e cafonas, viu? Em alguns momentos me vinha na mente versos do Train do Arnaldão Baptista dinovo:

"Aqui onde não pertenço
Onde é meu lar?"


Voltei pra casa com um cd autografado do Gustavo, o novo, "Menino Metido a valente". Depois que eu escutar melhor comento-o aqui. Sei que a faixa 6, "Era Primavera" (que ele também tocou no show) tem um refrão (letra-bem-brandão) que reverbera na minha cabeça até agora:


"Debáidechuva
eu vou eu vou
demáidaconta
eu sou eu sou
debáidaponte
o rio passou
aí o tempo
se apaixonou"

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Fraldas Descartáveis

Final do show de ontem lá na Fiction em uma palavra: Rock!

Confere o Video do final do show‏:









Lôco demais esse vídeo...
o nosso brother Pablo Kossa dando a trela com a gente, o Gabiras dançando e interpretando a música comigo, o Adersêra atacando no baixêra, o Chelo fumando ali do lado, Eduardo azucrinando na guita e tem até o Rodrigão, do Sapo Verde, ali do lado olhando a zuêra. E não podemos esquecer a destruição do Pafúncio (discípulo de Keith Moon!).

No finzim dá pra ouvir que canto o trecho de uma das músicas que mais escuto no meu mp4 nas últimas semanas... "Train" (Elo perdido do rei Arnaldão):

"Train, train, train
você vai demorar
tô tão cansado
onde é meu lar?"


(Obs.: essa semana li no Senhor F uma entrevista com John Flavin, guitarrista da Patrulha do Espaço)

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Como ressaltou mano Adersêra: "destaque para as fotos do show do Nirvana e a capa do Bleach".


Postei essas fotos, enviadas pela querida Déborah, no flickr.



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Como diz o Pessoa...

"Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena."



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SORRIA ! SORRIA!

"Não parece , mas eu sorrio quando me dói lá dentro." (ksnirbaks)

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Vou ali planejar as aulas de amanhã...
depois posto algo sobre o que tô lendo ou pensando...nesses dias em que estive muito ocupado, vivendo...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Diego de Moraes e o Sindicato dia 11/02 na Fiction (É AMANHÃ!!!)!


Diego de Moraes e o Sindicato dia 11/02 na Fiction!

+

DJs

Bebel X Reicht
Caramaschi X Zumbi

e mais!

PROMOÇÃO DOUBLE JACK DANIELS!

Envie seu nome para lista@clubfiction.com.br e pague R$10,00 (mulher) e R$15,00 (homem). Mas corra, válido apenas para os 200 primeiros nomes!

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PROMOÇÃO Diego de Moraes e o Sindicato dia 11 na FICTION!!!
AS PRIMEIRAS 50 MULHERES QUE COLOCAREM O NOME NA LISTA DA COMUNIDADE DA BANDA GANHAM CORTESIA (FREE)!!!
E OS BROTHERS QUE QUISEREM BÔNUS (para pagar apenas R$15,00) COLOQUEM O NOME TAMBÉM!!!
Link da comunidade:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=21327000

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Deus

O Alessandro "Girafa" fará um site sobre "Goiânia Rock City".
Na última quinta a noite ele veio no nosso ensaio e filmou de seu celu a gente tocando "Deus". E já postou aí no iurtubi...



Brigado aê, Girafa!

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Ah! E brigadão também pro meu amigo Kleuber, que fez esse banner bunitão que tá aí em cima do blog! Massa demais!

Que "Deus" lhe pague...rsrsrs


Abração!

:>)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Por aí...

Sábado passado lá no Martim o Carlos Brandao me disse que o poema dele que comeca com a frase "Andava meio só", que ele postou no ultimo dia 22 de Janeiro (e colei aqui), foi escrito há uns 20 anos...

Durante a nossa conversa (um turbilhão de assuntos) ele me falou do Pio Vargas para ilustrar sua tese de que "o artista inseguro é um problema".

Citou outros casos de grandes artistas "perdidos" em Goiânia, como de seu amigo e parceiro, o compositor Silvio Barbosa (procurei do Google e não achei nada a respeito dele...), que era alcóolatra e morreu no Rio de pancreatite.
Brandão participou com Silvio do Festival Abertura na Globo, em 75. Rogerio Duprat (o "George Martim" dos Mutantes!) produziu a música, parceria do Brandão com o Silvio, que participava do Festival.
Diz que esse Silvio era talentosissimo (mas louco) e tirava de ouvido as harmonias complexas até de discos de progressivo, como o do Genesis: Selling England by the Pound.
Conclusão: desiste da carreira e morre sem nem gravar suas músicas. Hoje pesquiso na net e ele não "existe".



Nessa galeria de loucos e desorientados goianos do fim dos anos 60 também tinha um tal de Marcio Cedro, compositor goiano que tinha problemas relacionados à loucura + drogas.

Brandão me diz: " Da minha turma eu fui um dos unicos que salvou. O resto tudo enlouqueceu ou acabou a carreira".
A "turma" dele era o pessoal que andava junto, como Silvio, Marcio, Carlos Ribeiro, Horton Macedo, etc.

Brandão disse uma vez em entrevista ao O Popular:

"Cada letra que eu faço eu me salvo."

(Linda essa frase... e eu sinto que comigo tambem é assim... eu tento me salvar produzindo, criando, pois, como diz minha mãe: "mente vazia é oficina do diabo", né? E eu boto fé que é mesmo...)

Também tem o caso do Roos, que é um artista plástico, que foi aluno do Dj Oliveira, assim como Siron Franco.
O Siron sabia vender o seu produto e virou sucesso mundial (embora muita gente xingue-o). E o Roos não sabia e virou alcóolatra. Hoje Roos não bebe mais e pinta normalmente. Olha essa ilustração do Roos aí:




E nessa lista de artistas goianos desorientados tem o caso emblemático do Pio Vargas. Eu não sabia, antes dessa conversa com o Brandão, que Pio Vargas fora um poeta goiano com um fim trágico. Pra mim era apenas nome de biblioteca pública.

Dizem que Pio Vargas ia ser o maior poeta de seu tempo, mas morreu antes. Na manhã de 8 de março de 1991, tinha 26 anos. Sofreu uma parada cardíaca causada por uma overdose de cocaína.





Pio Vargas
(7 de setembro de 1964 — 8 de março de 1991)



Então. Agora leio la no blog do Brandão um belo poema postado ontem (Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2009), em parceria com Pio, que colo aqui:




Cenário (em parceria com Pio Vargas)

Quase nada me separo
e se paro
é por andar
Quase sempre me evaporo
pela fresta
do olhar.


Por aí
pelos atalhos
meu comboio e agonia
Meu caminho é sempre vário
Minha fuga não varia.


Meus domingos, meus projetos
esse rosto, essa barba
e o cenário por montar
Na boca do abandono
nem legumes, nem palavras
meu papel é navegar

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(poema de Carlos Brandão em parceria com Pio Vargas)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Música Ocidental, segundo Tom Zé ou de acordo com Reginaldo Rossi




Acabei de ler um post bem bacana sobre Reginaldo Rossi no blog do Josué Ribeiro. Dentro do texto tem o seguinte tópico:

(abre aspas)

"Reginaldo Rossi, o intelectual
Para os poucos que ainda não aprenderam a gostar da obra de Reginaldo Rossi têm a opção de poder escolher o intelectual que conhece e muito sobre música. Aqui ele dá uma explicação sobre a diferença que há entre a música ocidental e a música da região do Golfo, musicalidade comum na sua infância vivida no Rio de Janeiro pelos vizinhos árabes.

“Quando fui estudar música erudita, descobri algo maravilhoso. O problema é que nós, ocidentais, temos aquela escala: dó-ré-mi-fá-só-lá-si-dó. Sete intervalos divididos pelos tons sustenidos. Nossos ouvidos só conseguem captar estes sons. Mas há uma divisão na Física que mostra que, do intervalo de um tom para o outro tem nove comas. Se nossos ouvidos escutam a música ocidental, captam as notas, ou o gráfico da música. Só que, com eles, o gráfico é muito menor. Eles cantam de dó para ré e escutam a melodia que a gente ouve aqui, como se fosse de um dó para outro dó. Isso é música, é Física, é erudição musical.”


(fecha aspas)

Então. Na última vez que o Tom Zé foi no Jô, pra divulgar seu último disco lançado até agora, deu uma palestra sobre teoria musical e falou desse lance das comas também.
Vê aí no iurtubi essa hilária explicação do Tom Zé defendendo a tese de que o refrão de "atoladinha" é um "metarefrão microtonal e polisemiótico"...




e no blog do Tom Zé no dia 02/12/2008 foi postado uma
EXEGESE DE TÔ FICANDO ATOLADINHA
META-REFRÃO MICROTONAL E PLURI-SEMIÓTICO





Esses 2 caras sacam das coisas, viu?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Blog do Kleuber


Meu amigo e parceiro Kleuber Garcez inaugura hoje o blog dele (Casa da Palavra)"pra expor os móveis da sua casa, o que esta dentro da sua cabeça."

Kleuber é um cara importante na minha trajetória- daquele tipo de amigo que marca nossa vida e nos ensina muito. Nos conhecemos no Festival do Sesi em 2006:




Na ocasião da primeira fase eliminatória, após eu tocar a minha interpretação do inferno (meu "todo dia") ele chegou em mim e disse: "cara, o pessoal que está ali comigo disse que você lembra Raul, mas acho que tem um pouco de Luiz Tatit aí... você curte Luiz Tatit, né?". E eu respondi: "Luiz o quê? não conheço...".
Na segunda fase ele levou pra mim uma cópia do cd "Felicidade", que chapou minha mente. Fiquei fã da matemática musical do Tatit, suas rimas, suas harmonias, seu jeitim de cantar, suas temáticas. Enfim... apaixonei pelo som. Era como se a música "Felicidade" falasse por mim. A música é triste, mas a letra fala que ele está feliz mesmo sem motivo... e, assim, causa um efeito de ironia muito bem sacado.
Eu também me via na canção "O Menino" e em várias outras.
Depois da felicidade do contato com o disco "Felicidade", comecei a vasculhar a carreira do Luiz Tatit (O Meio, Ouvidos Uni-vos e Rodopio) e do Grupo Rumo, que me fascina em cada detalhe.
Já até postei aqui a letra da bela canção "Sonhei".
E, ressalto, a genialidade da composição "O Meio", que é uma das favoritas do Kleuber.

Após aquele momento (do festival sesi), iniciou-se uma amizade muito massa. Ele me aplicou em altos sons e trocamos muitas idéias sobre muitos temas. E, depois de tanto adiar, conseguimos iniciar uma parceria musical no ano passado, que espero que renda ainda mais frutos.

Agora, leio, com "felicidade" (no fim de um dia cansativo), esse post inicial do blog dele que faz vários comentários positivos à minha pessoa e tece uma reflexão interessante, a partir de uma perspectiva pessoal, sobre a música em Goiânia. Destaco alguns pontos aqui (e recomendo que se leia o post por inteiro):

(abre aspas):

"Acabo de criar esse blog pra expor os móveis da minha casa, o que esta dentro da minha cabeça.
É que meu amigo e parceiro Diego de Morais postou um de nossos encontros la em casa e eu fiquei muito feliz de ler "diegodemoraes.blogspot.com"
Como ele é de uma outra geração, fiquei pensando, a minha foi de um hiato!

(...)
Fico feliz de ver o Diego de Morais absorver tantas informações e vê que essa besteira hoje não existe mais, já que naquela época ele seria queimado na fogueira da inquizição dos roqueiros ortodoxos, ou da MPB provinciana.

Sinal de um novo tempo, afinal eu, como ele; sou influenciado por tudo que ouço, vejo, leio e sinto. Além das vivências pessoais que fatalmente entram na canção; a gente se deixa levar por todos os caminhos.
(...)
A música tem que ser livre como é livre nossos ouvidos."


(fecha aspas)
Kleuber Garcez

Espero que http://kleubergarcez.blogspot.com/ seja mais um espaço fecundo de diálogo.

É como diz o Gabiras (percussionista do Sindicatêra): "O que fascina na arte é esse poder de unir pessoas de mundos diferentes". (não foi bem com essas palavras, mas é nesse sentido aê...)


Abraços, Kleuber!


domingo, 1 de fevereiro de 2009

COVERNATION IV (Satisfação!)


Ontem, sabadão... eu tava a fim de "descansar" de uma semana de trampo e fui lá no Martim, pois teve o Covernation, evento organizado pelo Richard. Foi muito bacana ter aparecido por aquelas bandas pra ver o trampo de bandas goianas empenhadas em tocar clássicos da música mundial e nacional.

Pena que perdi Os Canalhas tocando Roberto Carlos, mas me disseram que foi muito divertido escutar o rei numa levada à la Ramones.

Por "n" motivos já cheguei lá meio tarde. Mas a tempo de ver o Johnny Suxxx and The Fucking Boys tocando covers dos Rolling Stones. Começou com aquela que os Stones começam seus shows: Jumping Jack Flash!
Teve direito à participação do Pablo Kossa cantando animadão o hit "Start Me Up".

No meio do show dei uma saída rápida pra comprar uma cerva e conversei, no espaço do bar, rápido, com o Aurélio, batera do HC-137 (que fez cover do DRI!, mas também perdi...), que me disse que o HC foi a primeira banda a lançar um disco só dela em Goiânia, pois antes teve o "Banrock", que foi um disco-coletânea. Me diz que Eduardo de Castro fez um documentário sobre o HC e o "Resistência do Vinil". Quero assistir demais isso aê, viu?

Voltei pra continuar vendo o belo show do Johnny Suxxx, que mandou clássicos como Gimme Shelter e Paint It Black.

No fimzim João Lucas diz: "Não iremos tocar Satisfaction!" e o Douglêra já puxa o riff do hino Satisfaction pra satisfação da galera.
Fiquei arrepiado com o final satânico, naquele inferno (calorão!) que estava o Cerêrê, com: Sympathy for the Devil.



Naquele momento eu estava ali embriagado com o som e com a memória, pois lembrava daquele que foi um dos momentos mais felizes da minha vida até aqui... Quando assisti os Stones em Copacabana (foi a primeira e única vez que vi o mar).
Lá, no meio da multidão, estava eu e a Andréia
e o Ogner, cara massa, estudioso que fazia Filosofia na UFG e que lia, na viagem, "Elogia da Loucura".
Na volta daquela viagem (fomos num ônibus de excursão) toquei umas músicas minhas no violão (na época eu ainda não fazia shows cantando- era baterista) e o Ogner gostou muito de Anormalidade, que toquei ali pro pessoal no busão. Ah! Foi nessa viagem que fui apresentado ao som do Tom Zé por via de um mp3 de um dos tripulantes rumo à Copacabana.

Bom... voltando ao COVERNATION IV ...
Além do show dos Fucking Boys também me chamou atenção o profissionalismo do Gloom ao tocar Michael Jackson. Foi sensacional! Teve uma hora que o Chelo vira pra mim e diz: “Isso é aula!”.
Banda com som redondo, animada, com direito a dança e interação com a platéia, que ovaciona Niela no final do espetáculo! Goiaba mandou muito bem no baixo. Destaque também para o Sergin (que toca na Backbitters) e mandou ver na batera eletrônica. Sonzêra real, como diz o Redson.

Lá fora o Brandão comentava o fato da Niela ser super-exigente. Ele dizia que, segundo o pai dela, até os cachorros da casa estavam aprendendendo a cantar Michael Jackson. rsrs Massa!

Niela é talentosa, carismática, linda e se esforça no que acredita. Já tinha percebido no dia que a visitei no ano passado (e escrevemos uma canção, chamada "Ah tempo" que está lá no myspace dela). Menina de futuro no mundo da música e espero que tenhamos mais parcerias, pois aprendo muito com pessoas especiais assim.


Sucesso, Gloom!