quarta-feira, 22 de junho de 2011

Chá de Panela


Hoje o "bruxo da música brasileira", o grande Hermeto Pascoal, completa 75 anos!
Tive a felicidade de assistir um espetáculo dele no Teatro Madre Esperança Garrido, quando ele tocou no 15º Goiânia Noise, em novembro de 2009.
Ele e sua banda deixaram a platéia em transe, naquela aula de improviso, bom humor e sonzeira real! Sensacional!

Óia que vídeo lindo...


Em sua homenagem posto aqui uma letra que acho muito foda (e engraçada)
de uma canção de Guinga e Aldir Blanc pra ele...
(Versão de Leila Pinheiro: http://www.4shared.com/audio/3eywjus7/Leila_Pinheiro_-_Ch_de_Panela.htm )



Chá de Panela

Aldir Blanc

Composição: Guinga e Aldir Blanc
Hermeto foi na cozinha
Pra pegar o instrumental :
Do facão à colherinha tudo é coisa musical.
Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau,
Barril, tirrina, e peneira - tudo é coisa musical.
Me convidou pra uma pinga, meu não pesou com dó,
Piscou um olho só, disse que eu tiro a seringa,
Que home que não bebe e nega mocotó,
Acaba quenga em vez de guinga, se veste de filó
Afrouxa o fiofó e o ferrão já nem respinga:
Encolhe feito um nó
E vai ficar menó...
Assoprou numa chaleira, bateu nema bacia.
Jesus , ave maria, era uma sinfonia!
Secador e geladeira entraram no compasso,
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço e tudo era coisa musical,
Funil mandando: ôi! fogão gritando: uau!
Fez um chocalho de arroz e outro de feijão
No talo do mamão cortou a fruta que já vi tocá mais doce,
Irmão, direto ao coração.
Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia...
Nesse chá de panela que eu senti a vocação:
Vi que música é tudo que avoa e rasga o chão.
Foi hermeto paschoal que magistral me deu o dom de entender que
O lixo ao avião em tudo há tom
E que até pinico da bom som se a criação é mais
Se o músico for bom

sábado, 18 de junho de 2011

Diego e O Sindicato abre show da RIta Lee no XIII FICA!

Amanhã... a gente abrirá o show que fechará com chave de ouro o FICA... da rainha do rock brazuca!
E, antes, tem um DJ que é nosso herói (da lenda do rock goiano: Hang The Superstars): Maurício Mota!


Me belisca pra eu ver se eu tô acordado?

domingo, 12 de junho de 2011

ela é minha menina



Ksnirbaks é o pseudônimo de Camila Leite, uma menina lá de Aparecida de Goiânia, que aventura sua vida pelo caminho apaixonado (apaixonante) da arte. Escrevinhando, além de textos teatrais, vira e mexe, ela posta um poeminha lá no seu blog (http://ksnirbaks.blogspot.com/ ) e leva, aos tangos e tamancos, em frente o curso de Letras, com a doce contribuição do meu puxão de orelha, que ela, sabiamente, dá ouvidos. A menina está sempre em processo criativo, tentando, aprontando alguma idéia nova, ou, pra ser mais chique: “in progress”. Ksnirbaks tem um olhar poético para o mundo e isso se revela até nos vídeos experimentais que lança na sua página no youtube. Esses vídeos já lhe renderam elogios. Fã de Glauber e brother de Ivan Cardoso, a guria acha (acha não, tem certeza absoluta) que o artista tem que fazer, fazer, fazer, mesmo em situações adversas – fazer o que pode, enquanto se sacode. Assim, com uma camerazinha na mão, muitas idéias na cabeça e muita vontade no coração, a menina faz água virar vinho, botando a roda pra girar. Aliás, outro dia ela foi até surpreendida com o convite dos brothers da banda uberlandense Porcas Borboletas para filmar o show deles com o titã Paulo Miklos, em BH, pois gostaram demais da conta das imagens que ela captou deles em movimento no Goiânia Noise em 2009, quando dividiram o palco com outro Paulo (também herói do rock nacional) Barnabé, do lendário Patife Band. Por falar em Barnabé, Ksnirbaks entrevistou o Arrigo, irmão do Paulo Patife, quando este esteve em nossa ilustre capital, com sua Caixa de Ódio lupiciniana, no fim do ano que foi. Juntando todas essas peças, o po(rr)eta Danislau Também e seus comparsas queriam o olhar poético da filmagem de Ksnirbaks para captar mais aquele momento especial na carreira dos Porcas. Porém, no entanto, todavia, pelos perrengues da vida a nossa ilustre futura-cineasta não pôde ir, mas já ficou feliz da vida com a lembrança. Quem não quer ser lembrado, né? Então. Escrevo isso aqui (hoje, correndo contra o tempo, numa lan house – meu PC pifou, pela manhã –, com o editor do jornal me convocando, prestes a ir para a “cela de aula”, morrendo de vontade de construir uma crônica mais lírica, mas numa situação simplesmente alucinadora que não me permite pensar em nenhum verso) sobre ela, pois quero deixar essa lembrança, ainda que troncha e desengonçada, para Ksnirbaks, nesse dia dos namorados.
Ela é minha menina e eu sou o menino dela. Somos um casal de pombinhos cagando e andando pelas ruas do planeta. Ksnirbaks, representante da poesia “marginal” de Aparecida de Goiânia (ela vai detestar essa catalogação, mas digo isso pra fazer referência aos livrinhos de poema em xérox que ela distribui para os nossos amigos, continuando o espírito anárquico da poesia dos anos setenta) e eu, ministro de Senador Canedo, felizmente nos encontramos por aí. Tem uma capital – Goiânia – entre nós, mas isso não é um problema... seguimos o nosso caminho da roça, nessa grande quadrilha que é a longa estrada da vida, discutindo e nos curtindo, caminhando e cantando, brigando e brincando, sempre “em processo”. Obrigado Camila, por tudo, e desculpa, qualquer coisa. No domingão que vem ficaremos lá no FICA, durante o showzaço da rainha do rock - após eu bater o ponto lá, com o meu Sindicato -, chupando drops de anis, perto de um final feliz. Beijo do magro!

[publicado no jornal Diário da Manhã 
por ocasião do 'dia dos namorados']

quarta-feira, 8 de junho de 2011

AVERIGUAÇÕES

Na página 55 do livro COISA INCOESA (1993) de Edival Lourenço (goiano de Iporá, que acaba de lançar, nacionalmente, o romance "Naqueles Morros, Depois da Chuva" - vide a @revistabula ) tem esse poema aí, que, entre outros, chamou minha atenção... O cara é fera!



AVERIGUAÇÕES


piso um passo no espaço
e procuro um piso duro
que eu possa passo-a-passo
pisar em piso seguro

forte como fiz e faço
um espaço pro futuro.
pra pisar em piso escasso
vazar em espaço sem furo

faço imaginário traço
de piso-ponte seguro
pra ver o que falo e faço
do lado de lá do escuro.

piso um passo no seguro
e procuro um piso-passo
forte como fiz o furo
sobre o incisivo traço.

vazar espaço sem furo
pisar em piso escasso
e, do lado de lá do escuro,
conferir o que falo e faço.

pra ver o que falo e furo
no escuro piso-espaço
traço imaginário duro
do futuro em descompasso.

domingo, 5 de junho de 2011

Poesia e música na ponte entre a cidade de Goiás e Itaberaí

Arte de Kleuber Garcês



Manhã do domingo passado (29/05), Cidade de Goiás: lá estava eu com meus parceiros do “Projeto Mascate: poesia e música” (Camila Leite, Kleuber Garcês, Thiago Oliveira e Nathalia Gomes), realizando o sarau de conclusão de nossa passagem por aquela linda urbe histórica. Dialogavamos com o professor de história Paulo Brito, que nos contava, com paixão e conhecimento, sobre a poetisa Cora Coralina. Paulo dava uma aula que nos entusiasmava com o conhecimento vivo que proferia para nós e para seus alunos ali presentes. De repente, somos surpreendidos com a chegada a professora Creuza Arrais com sua “trupe” (o maridão José Ângelo e os apaixonados por arte, Ângelo Machado e Marcelo Fecundo, do Grupo teatral Barracão), que foram iluminar, ainda mais, aquela manhã. Esse pessoal – Creuza e companhia – formou nosso “quartel general poético” quando passamos por Itaberaí, no mês de abril. Pois bem, continuamos a prosa, cantando e recitando versos, impressionados com as boas surpresas que a vida nos traz. Creuza cantando poesia, “com o acompanhamento das águas da cachoeirinha e corredeiras do Rio Vermelho, sob um solzinho manhoso e acariciada pela brisa refrescante”, nos ajudava a construir uma “ponte poética”. Emocionante.
Mais pessoas que participaram com a gente em Itaberaí foram na “sessão Goiás do Projeto Mascate”, no sábado (28), quando eu e meu parceiro (da banda Pó de Ser) Kleuber palestramos sobre a história da música brasileira, ressaltando a Poesia na Canção Popular  - pensando a Canção enquanto relação entre melodia e letra, forma e conteúdo – acompanhados por um som de vinil. Como observou o Kleuber: foram quase 4 horas de palestra e ninguem arredou o pé. No público tinha gente de 11 a 70 anos. O senhor José Bueno, que foi levar seu neto, Diego, nos disse: “Poxa! Bom demais! Quase que vocês matam o véi quando passaram o Vandré nesse vinil!” Terminamos a palestra satisfeitos, pois conseguimos “amarrar” um argumento sobre a música brasileira, enquanto expressão da histórica: passando pela bossa-nova, a música de protesto, a era dos festivais e a Tropicália. No fim, Camila Leite comentou sobre a “Poesia Marginal” dos anos 70, fechando sua fala com o clássico “Lero Lero”, canção de Cacaso e Edu Lobo, que sintetizava muito do que tratávamos, naquele sábado.
Após a palestra, ainda no sábado, na praça de eventos, tiveram uma sequencia de shows: a banda Candieiro, Renata Caetano (artistas da própria cidade), Fernando Simplista e Bruno Moraes, Pó de Ser (banda que eu mais o Kleuber integramos) e outras apresentações. Unindo teoria e prática, o Projeto Mascate, apoiado pela Bolsa de Circulação Literária da Funarte, visa desenvolver reflexões sobre a Canção e a relação entre poesia-música e, também, incentivar a leitura, a valorização do ofício do compositor e, principalmente, o fazer poético (assim, todos os poemas apresentados no sarau serão publicados em um livro e alguns serão musicados). Nesse conjunto de atividades, sinto que o grande show mesmo foi o encontro de pessoas que fazem de suas vidas um belo poema – uma “obra aberta”.
Boa semana com poesia e música na vida de vocês. Já vamos nos preparando, pois semana que vem: dia dos namorados... E prossigamos na “dança da canção incerta” que é a vida! Ah, lá em Goiás tive a feliz notícia que voltarei para tocar no Fica! Nos vemos lá? Que tal mais “mascateação” de poesia e canção, hein? ;)

[publicado no jornal Diário da Manhã]

quarta-feira, 1 de junho de 2011

com a banda Gloom no lançamento da Construtora

Foto de Raphaela Boghic

Na semana passada (24/05) participei do show da banda Gloom, na festa de lançamento da @construtora_mus . 
No Rock NO Niemeyer
cantei com eles a música "Ah Tempo", 
que escrevi há algum tempo com a Niela
e ressuscitamos naqueles shows do "Sindigloom" ( http://www.youtube.com/watch?v=NO6O_2m7_UY ).


@eduardoinimigo comentou ó: 

http://ogritodoinimigo.com/?p=991


Joguei fotos desse momento lá no flickr:


http://www.flickr.com/photos/diegodemoraes/sets/72157626731579269/


"São... quantos nessa CONSTRUÇÃO"?
;)