quarta-feira, 18 de junho de 2008

Filhos de maria e os irmãos de jesus no Segunda Aberta (Cine Ouro) 23/06 (segunda-feira)


(arte do Chelo)


Projeto Segunda Aberta – Release




O projeto Segunda Aberta foi criado no início dos anos 80 e aconteceu em bares da cidade como Cavalhadas (do cartunista Jorge Braga) e Flor da Pele (do músico Gilberto Correia). Vários artistas começaram suas carreiras ou se revelaram no projeto. Depois, em 1989, o Segunda Aberta foi encampado pela Secretaria de Cultura de Goiás, dirigida por Kleber Adorno, e passou a acontecer no restaurante Centro de Tradições Goianas.

Em 2007, o projeto voltou a acontecer no Teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Foram, somente em 2007, 52 apresentações que trouxeram para o palco do Ouro artistas como Gustavo Veiga, Mestre Arnaldo e Grupo Batixó, Juraíldes da Cruz, Marcelo Maia, Francisco Aafa e Felipe Valoz, Blues e Derivados, banda Technicolor, De volta ao samba, Dênio de Paula, grupo Vida Seca, Kucas Faria, grupo Panela de Pressão, Laércio Correntina e TomChris, entre outros.

O projeto Segunda Aberta volta em 2008, a partir do dia 7 de abril e se repetindo à cada segunda-feira. A proposta é a mesma do ano passado: um músico ou grupo local se apresenta num show que dura entre 60 a 90 minutos. Diferente de 2007, neste ano não haverá um músico iniciante abrindo a noite. Todos serão tratados por igual e terão suas noites, independentes de serem iniciantes ou não. O gênero musical também não interessa à produção do projeto. Todos terão tratamento idêntico. A única diferença é o horário: em 2007, os shows começavam às 19h30. Em 2008, as apresentações têm início sempre às 21h.


Filhos de Maria e Madalena

Texto por: Fernando Simplista
(Goiánia; 05 de junho de 2008)


Os Filhos de Maria e Madalena têm alguns meses de vida. Foi neste ano corrente que os seis irmãos se encontraram e se acorrentaram. Não, não é mais um daqueles casos de famílias destruídas e separadas pelas dificuldades da vida. A impressão que dá, é que o que falta em um encontra-se n'outro, assim desse jeito mesmo. Todos são filhos de Maria. Eis aí a explicação que lhes une.


As pessoas que já viram os Filhos de Maria e Madalena ao vivo pensam que tudo parece uma brincadeira. Na verdade é tudo muito sério. Por quê um toca o contra-baixo numa hora e de repente é o outro quem toca? Perguntam. Bem, os Filhos de Maria e Madalena já é uma troca por excelência. Dieguito é Lóke, Chello o professor, Brunêra é o paiêro, Gabiras é o lado esquerdo do cérebro, Fernandêra cinquistrêla é frito, e Adersêra é simplismente nosso ídolo.


Dieguito disse uma vez que, para ele, os Filhos de Maria e Madalena são uma coisa que ele não abre mão. Correto, penso que é igual pra todos. Nenhum de nós quer deixar de sentir emoção quando escutamos e tocamos no show a ''Farinha do Desejo'', que é de Wald e Redson, por exemplo. Nenhum quer deixar de tocar "Pretérito Imperfeito", que é uma música belíssima de Adersêra vinteestrêla. E o "Frito"? Todos gostamos. E a "Próxima Esquina", de Dieguito? Alguém quer deixar de tocar e ouvir? Acho que não. São por esses e outros infinitos motivos que não queremos que os "Filhos de Maria e Madalena" deixem de existir.


Tudo começa num compromisso de abrir o show do lendário Chucrobillyman. Era necessário fazer um som bacana e que agradasse e que entrasse no script da festa. Fomos ensaiar. O que tinha de pronto era só o que Dieguito e Fernandêra Cinquistrêla tinham ensaiado para o 'Festival Goiânia Canto de Ouro', que foi um sucesso, diga-se de passagem. Gabiras chega com seu set de percursão, Chello com seu baixo, Brunêra com o cajon, e daí por diante. Ensaiamos durante horas a fio, sem parar. A apresentação foi um sucesso e isso estimulou todos a se importarem mais com o que diz respeito à estrutura do grupo no aspecto instrumental e também às composições, o que cabia e o que não cabia e etc. Daí vieram outros ensaios e o nosso irmão Adersêra se juntou a nós, porque só faltava ele. A presença desse nosso irmão deu ainda mais equilíbrio ao group.


Os "Filhos de Maria e Madalena" continuam seguindo seu caminho, que não obstante é diferente d'outros caminhos mais habituais. A agenda do grupo, da banda, vem sendo marcada com freqüência ligeira, dando assim muito trabalho. As músicas do primeiro repertório sofreram roupagens novas, isso quer dizer arranjos novos etc. É, porque existe uma preocupação bastante viva nesse sentido no modo de trabalhar desse grupo, dessa banda. E o que está vindo por aí são músicas novas e muito lindas, cheias de cores diversas. Nesse novo repertório que será trabalhado, também traremos canções de nosso amigo Gabiras e também de nosso amigo Brunêra. A esperança que temos, é que cada vez mais façamos canções que sejam capazes de moverem, de mudarem posições irredutíveis, conceitos criados por uma meia-dúzia de cabeças, mostrar pro mundo inteiro que a dicotomia existe e que ninguém é normal. Essa dicotomia está presente na graça dos "Filhos de Maria e Madalena". Uns são filhos de Maria e outros de Madalena. O tido como certo e o tido como torto, desleal e traiçoeiro. Cada um tem um pouco disso e que ninguém se engane com o que quer que seja. Desconfie de tudo. Amém.


Serviço:

Evento: Projeto Segunda Aberta – Show com Filhos de Maria e Madalena

Data: 23 de Junho de 2008

Local: Teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro (Rua 3, esq. c/ Rua 9, Setor Central)

Horário: 21h

Entrada: R$ 5,00 preço único

Telefone para informações: 3524-2540/2542 (Carlos Brandão, Marci ou Carol)

Telefone do artista da semana: 9615-6508 (Diego de Moraes)


www.goianiaouro.com.br

Festival de Rock em Aparecida de Goiânia

Recebi um email do meu amigo Thiago Oliveira informando:



"Caros Colegas,
Alguns amigos meus, organizaram esse evento no colégio Colina Azul em Ap de Goiânia, e peço vossa ajuda na divulgação, pois o único interesse do evento é divulgar a música das bandas e os skatistas de Paris. Abraço Thiago"


Em anexo veio o flyer de divulgação:


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Fernando Simplista e Diego de Moraes na Oficina Cultural Geppetto



Vi aqui:

http://www2.oquerola.com.br/lerAgendaPopup.php?id=8046


Comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=184454


Pizzada dos Namorados

Data: 13/06/2008 - Sexta-Feira
Local: Oficina Cultural Geppetto

Atrações:
• Fernando Simplista
• Diego de Moraes

Horário do Serviço: 20h.

Apresentação: 22h.

Contribuição:
Adultos - R$ 20,00
Crianças - R$ 10,00 (até 12 anos)
* inclui - pizza, suco, refrigerante e a apresentação.

Informações: (62) 3241-8447

Endereço: Rua 1013 Qd.39 Lt.11 N°467 Setor Pedro Ludovico, Goiânia-Goiás

Figuras que encontramos pelas ruas

Pensando sobre essas Figuras que encontramos pelas ruas... me lembro do Divino Conceição.
NO fim do ano passado a Mariana, então namorada do Chelo, levou lá na residas um dvd meio absurdo, lem lógica, sem nexo, de um tal de Divino Conceição. A trilha sonora era bizarra não tinha nada a ver o que era tocado no violão, com o que era cantado e com a imagem- não tinha sincronia.
O Ahmad (do Espaço Cubo- Cuiabá) estava lá em casa e disse: "Isso é o Cúmulo da Pretensão!!! E o cara intula isso aí de Cinemanovíssimo...."


Depois de um tempo encontrei um cara na rua, enquanto caminhava com o Fernando (Simplista), e começamos a conversar (o Fernando já o conhecia). O cara é o Divino Conceição- um senhor comunicativo, que defende sua obra e vê sentido naquilo tudo.

Em outra ocasião, caminhando com minha amiga Carulina, o encontrei novamente. E lá foram mais alguns minutos de prosa. Nessa segunda vez ele me entregou um pequeno flyer, que divulga sua criação, com essas informações:
###################################################################

"COMUNICAÇÃO AUDIO VISUAL
APRESENTA: CINEMANOVÍSSIMO

Oficinas de cinema, roteiro, direção, câmera
Cênica: Ator/atriz
Oficinas de música: violão e canto
Literatura: Como dar Sentido Literário
A Vanguarda Pró-Cinema Independente

*Inscrições abertas por tempo indeterminado

Diretor: Divino Conceição
Fone: 96471945
Serviços Profissionais: Filmagens em película
Super 8mm, 16 mm, 35 mm e gravações em vídeo
###################################################################



Me lembro que no dvd que a Mariana trouxe: a capa era feita por ele mesmo e no encarte tinha uma xerox de um texto da seção de cartas do Jornal Opção, escrito pelo próprio Divino, que pode ser lida no site do jornal:


http://www.jornalopcao.com.br/index.asp?secao=Cartas&subsecao=Colunas&idjornal=230


Cinema novíssimo


Observando, pesquisando e refletindo sobre o cinema, entendemos que, de todos os filmes produzidos no mundo inteiro pela indústria cinematográfica dominante, embasados no realismo–naturalismo visual, a maior parte deles está vestida da ilusão de realidade e dinheiro. Os espectadores não passaram de espectadores. Engolem, com Coca-Cola e pipoca, sofá, DVD, cassete, dor, suspense, sangue a vontade, porradas e explosões tanto do cinema internacional como do nacional. Cremos que eu, espectador, passo a saber que sem mim não há cinema. Eu, espectador, não estou proibido de assistir qualquer gênero de cinema comercial, porém não sou objeto de robótica. A vanguarda convida-me a evoluir culturalmente, intelectualiza-me, me liberta dos condicionamentos impostos pela cultura dominante, ao passo que também me faz poder participar do processo da política cultural brasileira — não obstante, culturalmente não desvalorizarei o meu país, sobretudo ampliarei o meu universo revolucionário a ponto de transcender-me. Cremos que com a linguagem estética-cinematográfica do “cinemanovíssimo” conseguiremos contribuir com a evolução do cinema nacional. Ora, o cinema industrial é sempre retratista. A realidade do nosso cotidiano está precisando de ajuda, sensatez, amor... Os aúdio-visuais estão muitíssimos carregados de ilusão de realidade. Nós estamos perplexos frente à inocência dos nossos espectadores do Terceiro Mundo. Sustentamos superproduções com atores de 5 a 100 milhões. Entendemos que, quando o presidente da República, ministros e industriais dizem que o país precisa cresceu economicamente, adiantamos que é impossível se não caminharmos juntos com a questão cultural. Não tem quem nos tire da mente, irreversivelmente, que o “cinemanovíssimo” que propomos mostrar o caminho — o qual convida o expectador a pensar, analisar e fazer cinema.

A priore, convidamo-os a lançar mão da possibilidade que lhe estiver mais próxima. Qual? Ignorarmos a estrutura puramente física do “cinemão”, e navegarmos por uma prática que não exceda nossas condições, contudo valorizar a idéia, o roteiro, a câmera, a direção, a montagem, a música — O mais não terá necessidade de ser mais que simbolismo. Para tanto não precisaremos de mais do que câmeras caseiras de vídeo ou celulares com câmeras para brincarmos de fazer cinema, cumprindo muito bem a proposta revolucionária do cineasta brasileiro Glauber Rocha, quando disse ao cinema dominante que não eram só eles que podiam fazer cinema, pois, cinema pode ser muito bem uma câmera na mão e uma idéia na cabeça (isto é, os espectadores que entenderem a proposta do cinemanovíssimo não irão se intimidar, pois a questão cultural nós garantimos). Não é para assustar que convidamos os espectadores para fazerem cinema — a exemplo citamos o processo do dia-a-dia de qualquer segmento político, cultural, econômico, institucional ou privado (não fazem eles mesmos outra coisa senão convocar a sociedade, bem como a comunidade no processo da resolução de cujas problemáticas?). Nós também, com todos os direitos, estamos convocando a comunidade brasileira para essa tarefa, que não é somente direito da indústria nacional ou internacional. Já passou da hora de tomarmos essa atitude — os filmes atuais estão muitíssimos gratuitos, sanguinolentos, pretenciosos, fantasiados, inpiedosos, ilusórios etc...

DIVINO CONCEIÇÃO




############################################


Como diz minha vó:
"Cada doido com a sua mania..."

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Coletânea da Revista O Grito!


Última boa informação que recebi por email:


"


Coletânea da Revista O Grito! traz promessas e novidades da cena independente brasileira

O Grito! lança uma coletânea virtual com novos nomes da cena independente brasileira. Disponibilizada gratuitamente no site do Recife Rock, "O Grito Ano Um" traz músicas inéditas de bandas pernambucanas como a Chambaril e Monodecks, que preparam lançamentos para o segundo semestre.

O álbum foi lançado em parceria com o selo pernambucano Bazuka Discos, do Coquetel Molotov e o Recife Rock! Discos. O tracklist contém 16 músicas, trazendo em sua seleção, os grupos Surfadélica (SP), Ruído/mm (PR), AMP (PE), Guizado (SP), Fossil (CE), a cantora paulista Tiê, o projeto solo de Zeca Viana (da Volver), o pequeno fenômeno folk paulista, Stephanie Toth e o insano Diego de Moraes, de Goiás. Todos apontados como novas promessas da cena musical independente brasileira.

01 - Chambaril - A Sério
02 - Fossil - Aurora Borealis
03 - Monodecks - A Trapezista
04 - Guizado - Vermelho
05 - Ruído/mm - Novíssima
06 - Private Dancers - Well Well Girl (Jenner Mix)
07 - Surfadélica - Freaking'Out Surfin'In
08 - Zeca Viana - Doutor Ervilha
09 - Stephanie Toth - The Size Of A Buick
10 - AMP - Ataque dos Aliens
11 - Sweet Fanny Adams - Hate Song #3
12 - Pélico - Completo(a)
13 - Tiê - Passarinho
14 - Diego de Moraes e o Sindicato - Amigo
15 - Camarones Orquestra Guitarristica - Antonho, O Grande
16 - Yanto Laitano - Eu Nao Sou Daqui
17 - (Hidden Track)

Coletânea O Grito - Ano Um (64mb)
Link para download: http://www.reciferock.com.br/?dl=18

Website: www.revistaogrito.com



Link:

http://www.revistaogrito.com/page/07/06/2008/o-grito-lanca-hoje-coletanea-virtual-com-shows-de-chambaril-e-sweet-fanny-adams/




Massa dimais isso aí!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Um pouco do que lembro dos LABIRINTOS do sábado passado



Eduardo Kolody, Eu, Paulo Barnabé e o Hudz





Fotos: Chelo
http://www.flickr.com/fotosdochelo/





Sábado passado fomos (Hudz e Chelo (do Deads Smurfs), Rodolfo e eu- com o Helio, no volante) rumo à Brasília, pra assistir um "momento histórico-antológico"... o show do Arrigo Barnabé, com abertura da Patife Band (banda do Paulo Barnabé- irmão do Arrigo).

Resenha sobre em:
http://www1.caixa.gov.br/imprensa/imprensa_release.asp?codigo=6508522&tipo_noticia=0



O Show do Patife foi no formato: bateria, teclado e sintetizador (ou seja, algo totalmente diferente do que eu tinha assistido no Vaca Amarela do ano passado, que foi com: guitarra, baixo e bateria).

Depois da agressividade sonora do Patife, perguntei pro Helio: "Será que ele (Paulo) tem noção da subversão que ele está fazendo aqui?" e o Helio respondeu: "Ele não precisa explicar... ele faz... daí vem outro pra explicar". Enquanto um cara mais velho, com vinis, gritava no fundo: "Isso aí é Patife Band!!!"

Arrigo começa seu show de uma forma mais intimista com uma música inédita (que Paulo Braga, tecladista, me contou após o show: que deve ser lançada em um registro ao vivo gravado em Lisboa). A música é bela e começa dizendo algo assim: "Ser ou não ser o ser que te possui" e continua de uma forma dramática.

Onde eu e o Helio (do Demosonic) estávamos: assistiamos o show vendo o Arrigo de costas e virado para o piano. Deu a sensação de que tentávamos, da platéia, adentrar, ao observar e escutar, o universo do artista. Mas nem sempre escutar é ouvir, pois ouvir é uma forma de compreender. Teve muita coisa que não ficou claro, mas o mistério é instigante.

Ele tocou Esses Moços de Lupicínio Rodrigues e fez uma piada com o Pt e o Psol. Quando ele tocou essa música tive a impressão que ele falava pra nós (moços que viajamos e estávamos ali em função de suas músicas):


"Esses moços pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam..
Não passavam aquilo que eu já passei
Por meus olhos
Por meus sonhos
Por meu sangue tudo enfim
É que eu peço a esses moços
que acreditem em mim
Se eles julgam que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno
A procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou


Segundo o Israel, que é um punk de Goiânia, que encontrei lá (e tinha me informado do show pelo orkut) a música mais recente foi a da peça Toda Nudez Será Castigada de 2005.

No repertório também tocou uma música de autoria dele chamada Lama

"Se eu quiser beber eu bebo
se eu quiser fumar eu fumo
não me interessa mais ninguém

Se o meu passado foi lama
Hoje quem me difama
Viveu na lama também

Bebendo a mesma bebida
Comendo a mesma comida
Respirando o mesmo ar

E hoje, por ciúme ou por dispeito
Acha-se com o direito de querer...
me humilhar.

Quem fostes tu?
Quem és tu?
Não és nada!

Se um dia fui errada
Tu fostes errada também

Se eu errei
Se eu pequei
Pouco importa
Se pra ti, estou morta

Pra mim morrestes também!

Foda-se! "


Foi um show sem pontos altos específicos (pois o próprio ponto alto foi o show em sua totalidade), quero dizer que não sei escolher qual foi o momento mais fantástico daquele espetáculo.

Teve uma música em que a letra diz:

"E A POESIA, NOVAMENTE, VOLTA A TER RAZÃO"

Lembro que me perdia naqueles labirintos sonoros da Clara Crocodilo. Era muito louco o som produzido pela rivalidade do piano de Arrigo contra o teclado de Paulo Braga.

O Israel me disse, pelo orkut, que:
"Na passagem de som, quando vi que faltavam equipamentos para o baixo e a guitarra bateu uma decepção mas quando começaram passar o som, foi bacana, deu pra animar de novo. E o defeito do show foi ser curto demais."

Concordo. O maior defeito do show foi ser curto demais...

Mas é assim. Os melhores shows são aqueles que deixam a sensação de "quero mais".


Terminou o show com "Tô tenso", em que diz: "Tô tenso, tô cansado, propenso ao suicídio", que é uma parceria de Arrigo, Paulo e Itamar Assunção.

Com a explosão dessa última música: sai do teatro conversando com o Helio sobre aquela situação.

Era um ambiente formal com uma música informal, um público "social" (os senhores e senhoras que ali estavam mais pareciam preparados pra ir num baile de formatura) e uma música com tendências anti-sociais. O Hudz disse que sentia que nós éramos os mais novos e sujos que estavam ali.
Foi, no mínimo, inusitado e paradoxal tal situação.

Sai com a sensação de que valeu a viagem, pois presenciei um momento singular, que permanecerá vivo por muito tempo na memória de quem assistiu.


Na saída comprei o cd ao vivo do Patife gravado no Demosul em 2003 e o cd do Arrigo, que é uma missa em memória do Itamar Assumpção.
Falei com o Arrigo, que achei incrível o cd "Gigante Negão", que não conhecia e o encontrei há alguns meses em um sebo em Goiânia.
Pedi autógrafo nos cds e tirei foto. Não tenho esse costume, mas não controlei meu lado "tiete" (heheh), pois estava diante 2 ídolos, que pensei que nunca poderia vê-los tocando juntos. Precisava registrar aquele instante emocionante.

É como o Chelo disse: "a música do Arrigo não é punk, mas o espírito dele é".

Depois conversamos (eu, Chelo, Hudz e Eduardo, do Sindicato, que mora lá em Brasília) um pouco com o Paulo Barnabé.
Ele disse que não é baterista, mas estuda um pouco pra não passar vergonha.
No carro, voltando pra Goiânia, o Hudz comentou isso: "Quando se fala que o cara é 'maldito' cria-se o esteriótipo do cara despreocupado e improvisador... não pensam que o cara estuda e que é tudo matemática ali".

O triste é saber que não foi gravado e nem filmado. O segurança proibiu o Chelo de fotografar, ou seja, de registrar e documentar aquele momento especial.

Mas, o Chelo que é subversivo (aluno do Patife Band): conseguiu ainda tirar algumas fotos...



Tomara que eu possa assisti-los novamente.


Eu e Arrigo


Esse ano já vi o Júpiter Maçã (quando tivemos o privilégio de abrir o show dele) e Tom Zé (na Virada Cultural). Agora falta ver:
Jards Macalé, Walter Franco, Luiz Tatit e mais alguns outros birutas racionais aí.