segunda-feira, 30 de maio de 2011

:>) RT @oblogdalista Fica, vai ter música legal

Copio e colo de um dos blogs que está na lista dos mais bacanas de Goiás...

:>) RT @oblogdalista Fica, vai ter música legal : http://oblogdalista.com/2011/05/27/fica-vai-ter-musica-legal/ (por @fredleao  )...



Diego de Moraes e o Sindicato é uma das atrações goianas do XIII Fica
Nesse verão, o Fica (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) resolveu fazer algo de diferente. Resolveu preparar um edital e escalar um júri para selecionar os artistas de Goiás que vão integrar o time de goianos que vão se apresentar antes de atrações como Maria Rita, Manu Chao e Rita Lee.
Para a seleção foram convocados dois goianos e três especialistas em música de fora do Estado. De Goiás, participaram os músicos Fernando Perillo e Luís Augusto. Entre os nomes de fora, foram escolhidos o jornalista e crítico musical da revista Bravo!, José Flávio Júnior; o produtor musical e jurado do programa Qual É O Seu Talento?, Carlos Eduardo Miranda e o produtor cultural e o presidente da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Talles Lopes.
Pop, hip hop, samba, jazz, instrumental, rock e música regional compõem a salada musical desta edição do Fica. Confira abaixo a lista completa dos selecionados:
1. Abluesados
2. Camilla Faustino
3. Cerrado Jazz Trio
4. Chapéu de Paia
5. Cláudia Vieira
6. Cristiane Perné
7. Diego de Moraes e o Sindicato
8. Fina Flor de Goiás
9. Gloom
10. Hellbenderes
11. Ivo Mamona e MC Dyscreto
12. Larissa Moura
13. Marcos Biancardini
14. Passarinhos do Cerrado
15. Ricardo Leão
16. Rudi Berger
17. Violins

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Projeto Mascate na Cidade de Goiás!

Nesse próximo fim de semana:
a nossa parada é na Cidade de Goiás !!!


O site da Funarte falou de nossas andanças...


Contemplado com a Bolsa Funarte de Circulação Literária, o projeto “Mascate – Poesia e Música, a vida em versos e acordes ” está no Município de Goiás (GO), em maio. Através de apresentações, saraus de poesia e palestras, o projeto conduz uma reflexão a respeito das relações entre a atividade poética e a musical, com a audição de discos de vinil. No trabalho de Diego de Moraes Campos, os discos são considerados obras artísticas, com temática própria. O autor busca também incentivar no público participante do “Sarau dominical” a produção de música e poesia. No final de abril, o projeto passou por Itaberaí (GO).
Programação na Cidade de Goiás
Dia 27 de maio – sexta-feira
Apresentação “Que música te toca?”
Local: Casa do Artesão
Horários: 9h e 15h

Dia 28 de maio – sábado
Palestras
“O que é uma canção? – Forma e conteúdo”
“Tropicália – Poesia e Música ”
Local: Casa do Artesão
Horário: 15h
Apresentações musicais
Pó de Ser (banda do Diego de Moraes) , Fernando Simplista, Candieeiro e demais artistas locais
Local: Praça de Eventos Beira Rio – Centro
Horário: 19h

Dia 29 de maio – domingo
Sarau “Poesia e Música – A vida em versos e acordes”
Local:Praça de Eventos Beira Rio – Centro
Horário: 9h



domingo, 22 de maio de 2011

amanda gurgel, "por uma vida melhor" e internet

A aula de Amanda Gurgel no twitter... 
“por uma vida melhor”

Nunca antes na história desse país uma página de um livro didático gerou tanta polêmica como a página 14 do livro “Por uma vida melhor”. A discussão deveria ser voltada a esse título de auto-ajuda mais chinfrim, mas a Veja e seus discípulos preferiram falar daquilo que não sabem pra atacar aquilo que querem: o MEC e, conseqüentemente, o governo Dilma. Não, não sou petista, mas fiquei assustado com a ofensiva contra o livro que, na página maldita, fala que o falante deve escolher a forma adequada para cada situação. Isso está errado? Para mim está adequado. Uma coisa sou eu numa roda de amigos; outra, na cela de aula; outra, em uma solenidade e outra, aqui, proseando solenemente com você, leitor amigo. Diante dessa novela toda, me lembrei da professorinha que me ensinou o beabá explicando que a língua é um “fenômeno cultural e dinâmico”. Aquilo que ela me dizia, de uma forma simples, era uma introdução ao que eu veria anos depois nas aulas de Antropologia e pelos bares da vida. Então, por que tanto bafafá?
Em uma semana em que a (falta de) educação foi uma das grandes pautas nacionais, muitos ocuparam espaços públicos pra repetir o mais do mesmo de uma polêmica que mais revelou a ignorância (já conhecida) da classe média, que se acha muito sabida (assistir aqui), do que os reais problemas da educação em nosso país. Um grande Febeapá, de mal entendidos e de má-fé, passava pelos nossos olhos... “livro adotado pelo MEC defende erro”, diz o Estadão; “livro didático faz a apologia do erro”, ataca o Reinaldo “azedo”; “Linguistas aceitam tudo”, não sei quem vocifera. Tudo conversa fiada propagada pela net. Sobre isso: sugiro o texto esclarecedor “Polêmica ou Ignorância”, do lingüista Marcos Bagno, que cê acha facim, facim, aí no Google. A “infernet” não propaga só merda, não – ela dá a merda e o papel higiênico. Como diria um mineiro amigo meu: “Não sou contra, nem a favor... muito pelo contrário!”
Agora falando sério. E não é de ver que, nessa mesma semana em que ri horrores das discussões em torno do livro da professora Heloisa Ramos, também quase chorei (e não foi de rir) ao ver o depoimento da professora Amanda Gurgel? Aí sim, vemos uma professora, de Português, dando aula de dissertação, sociologia, cidadania e o escambau. Se ainda não viu: corra no youtube e procure, pois é, enquanto relato, um dos maiores documentos contemporâneos a respeito da situação trágica da educação brasileira. A aula exemplar, que apenas revisava o que todo mundo já tá careca de saber, levou o nome de Amanda Gurgel, que não tem twitter, à estratosfera do TT World (o “topo do twitter do mundo”, ápice dos temas mais badalados). O diferencial da aula dela (“por uma vida melhor” – para os professores) não está no conteúdo em si, mas na forma contundente com que se expressou, calando os Deputados ali presentes.  Amanda Gurgel, falando de sua situação particular, se universalizava, por representar, ali, a angústia de todos os professores da rede pública de ensino. Amanda Gurgel, militante do PSTU, deu uma aula de “materialismo histórico dialético”, sem citar uma frase do Marx - nesse nosso momento em que Deus e o mundo falam mal, sem ler uma página sequer, do coitado do barbudo. Amanda Gurgel, do Rio Grande Norte, desabafou por nós (eu e meus colegas), professores de Goiás... e do Brasil. É por essas e outras que tenho uma relação amigável com a rede, pois sei que devo sempre aplicar a mensagem bíblica: “separar o joio do trigo”... pois sei que, dentre tantos “azedos”, existe sempre uma Amanda Gurgel.


[no DM]

domingo, 15 de maio de 2011

Na “Cela de aula”


Sou um professor. E, como todo professor, sou, primeiramente, um aprendiz. Em cada aula aprendo algo com meus alunos, ao mesmo tempo em que discuto um conteúdo, levo uma palavra nova, apresento uma sugestão. A cada dia tenho mais certeza de que a aula só é boa quando é uma “troca de idéias”, um “bate papo”, ou, teorizando melhor, um diálogo, um momento de troca de experiências, de aprendizado mútuo. Como diz o filósofo Álvaro Vieira Pinto (que Paulo Freire considerava um grande “mestre brasileiro”): “A preparação do educador é permanente e não se confunde com a aquisição de um tesouro de conhecimentos que lhe cabe transmitir a seus discípulos. É um fato humano que se produz pelo encontro de consciências livres, a dos educadores entre si e os destes com os educandos”.
Na vida (essa “arte do encontro”, segundo o poetinha Vinícius), em sala de aula, já tive muitos desencontros – principalmente em turmas lotadas de alunos com hormônios à flor da pele, que só viam na aula uma mera obrigação passageira. Já tomei muito anador. Já pensei em mandar tudo pra PQP. Mas, ultimamente, tenho sentido uma alegria danada com meu ofício de professor. Apesar dos penares, sou extremamente orgulhoso, graças a Deus, com a cruz e o giz que carrego. Só tem duas coisas chatas: botar pontinho no diário e ver o contracheque no fim do mês (aliás, sobre esse segundo item, teve até uma paralisação nacional dos trabalhadores em educação na última quarta – para maiores informações, consulte o site: http://www.cnte.org.br/ ). Agora, voltando a aula de hoje ao lado bom de dar (ou melhor, “vender”) aula...
Tenho transferido um pouco do que aprendo, ensinando, lá na cadeia pública da “minha cidade” (ou melhor, da cidade a qual pertenço, pois ela me integra), Senador Canedo, desde novembro do ano passado, quando o concurso do Estado (a notícia mais feliz que recebi nesses últimos anos da minha vidinha!) me encarregou de ir lá lecionar: História, Geografia e Ensino Religioso. Pra mim, foi um prêmio, no meu 1º dia de aula lá, um re-educando me dizer: “Poxa! Gostei demais da sua aula! Nem deu sono!” Antes que você cochile aí, deixo um forte abraço para os carcereiros que abrem a “cela de aula” e para meus colegas que propagam a liberdade do conhecimento. Ali na “cela de aula”, meus alunos dizem que a hora da aula é um “momento de liberdade”. Muitos estavam longe da escola há mais de 20 anos e se arrependem de não ter valorizado a sala de aula quando estavam com os hormônios à flor da pele.
Em outra oportunidade, pretendo falar das idéias pedagógicas do Vieira Pinto, o camarada citado no 1º parágrafo – principalmente aquelas apresentadas no seu livro “Sete Lições Sobre Educação de Adultos”. Por ora, fica aí a sugestão. E termino o papo de hoje com uma frase emblemática de Cora Coralina, a “menina feia da ponte”:

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
[publicado no Diário da Manhã]

domingo, 8 de maio de 2011

O jardim de minha mãe


“Pra não dizer que não falei das flores”...
Minha mãe é, em primeiro lugar, uma jardineira. Apaixonada por plantas, ela fica lá, cuidando do seu jardim florido, com uma paciência de Jó. A casa é simples, mas a entrada é linda, cheia de samambaias, cactos, flores e algum beija-flor, que sempre aparece para uma visita. Cantando os versos de Wilson Batista, interpretados pelo Paulinho da Viola: “Eu sou assim/ quem quiser gostar de mim, eu sou assim/ Meu mundo é hoje/ não existe amanhã pra mim/ Eu sou assim, assim morrerei um dia/ Não levarei arrependimento/ Nem o peso da hipocrisia”, ela revolve a terra. Aliás, essa canção abre uma coletânea que fiz outro dia: “Sonzeira para mamãe”, que também tem ‘Sorria, Sorria’, do Evaldo Braga, ‘Deus é uma viagem’, do Cidadão Instigado e, fechando a seleção, ‘A última canção’, com o Paulo Sérgio. Ela é assim, seu mundo é hoje: enfeitando a sala, hoje, fazendo crochê, hoje, plantando, hoje.
Ela é tão apaixonada por plantas que fez até a planta da nossa casa. Construiu a casa com garra, fazendo salgado e dando uma aula de administração: fazendo do pouco, muito! Sempre na ponta da caneta, controlando cada gasto, plantando. Lembro-me que em um dos meus dias de menino, ela me disse, fazendo salgado: “meu filho, vamos vencer”, e eu respondi: “já estamos vencendo, mãe, cada dia é uma vitória”.
Toda mãe é uma jardineira. Cuida, com paciência e atenção, de suas mudas, de suas plantas. Meu pai (“naquele mesa está faltando ele”) deixou escrito: “Todo homem que vem na Terra tem que deixar uma semente. Eu deixo duas: Diego e Fernanda. Maria Helena, mulher guerreira, cuide bem de nossos filhos”. Ela levou esse escrito a sério e cuidou carinhosamente de cada semente de seu jardim. Assim, aproveito a ocasião de hoje, para agradecê-la e para desejar a todas as “jardineiras”, que estiverem me lendo:
“feliz dia das mães!”
mamãe lendo o 'Elogio da Loucura'



[publicado no Diário da Manhã]

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Fernando Simplista na estréia do 'Projeto Mascate: Poesia & Música' em Itaberaí!

"Ninguém faz idéia de quem vem lá..."

Quem me acompanha por essas terras blogueiras já sabe que,
no último fim de semana, estreiou, em Itaberaí-GO,

Logo, logo, vamos postar os relatos dessa experiência maravilhosa,

mas, por hora, já podem sacar as lindas fotos de @Iohannah Hardy,

e a @ksnirbaks também jogou aí no youtube um vídeo do Fernando Simplista
cantando sua "Cariocasta" lá: http://youtu.be/JPkGTBCFQV0
(também, logo, logo, essa música estará, com banda e tudo, no 1º cd do Simplista que foi divulgado nesse comunicado público: http://youtu.be/XwA2FEYLs6k )

A estréia do Mascate foi algo inimaginável:
muita coisa bacana condensada em poucos dias.
Meu cérebro e meu coração ainda estão "digerindo" esse grande momento na minha vida,
junto com pessoas que admiro.
A vida é difícil, mas vale a pena,
por causa das boas pessoas que aparecem em nosso caminho, viu?
Ainda
falta postar vídeo do Pó de Ser lá
e eu + o Kleuber, palestrando;
falta do Juraildes da Cruz (imagina!),
do sarau 'mágico' de domingo.
Falta muito ainda.
Só que jázim nóis chega lá!
E no fim do mês tem mais,
dessa vez em Goiás (a cidade)!
Beijos!


domingo, 1 de maio de 2011

Peregrino da canção




Como eu ia dizendo na semana retrasada, a figura do mascate, o vendedor-andarilho que leva um punhado de mercadorias na mala pela estrada afora, se parece um bocado comigo e eu não vou “tão” sozinho. Não que eu seja turco, apesar desse nariz um tanto quanto avantajado, mas carrego nas minhas costas: diferentes bugigangas, diga-se de passagem. Como havia combinado (e pra não perder o fio da meada), hoje meu propósito é discorrer um pouco sobre meu caminho[1], levando, pra cima e pra baixo, variados produtos dentro da mala, como música e poesia.

Ainda na crônica passada, contei sobre a banda aqui do Canedo em que toquei bateria, a Nóia Catódica. Graças a ela, conheci o Fernando Simplista, com o qual fundaria, juntamente com o “cretino” Erick Reis, a banda Leigos (daí meu e-mail - diegoleigo@gmail.com -, hein?). Juntos éramos felizes, e sabíamos, e ouvíamos...Beatles, com suas belas melodias carregadas de vogais. Fernando foi uma ponte que me ligou do punk à música brasileira. Mesmo leigo, eu já rascunhava, nas paredes do meu quarto, minhas primeiras musiquinhas. Assim, iria das baquetas para as palhetas. E, para cantar minhas letras-paranóias-idéias, me servia do violão como companheiro. Nesse primeiro momento, por volta de 2004, a música era apenas um pretexto para o texto. A toada da minha música, nessa altura do campeonato, tinha o sentido de “desabafo” – e era isso que apresentava nos primeiros festivais nos quais dei a cara a tapa. Dentre as maiores surpresas destes festivais posso citar a amizade com Kleuber Garcêz, outro “vendedor de sonhos”, com o qual passei de concorrente para parceiro musical. Um certo tempo depois , saí da condição de “trovador solitário” e me desmembrei em 3 bandas, das quais participo atualmente (por onde cronológica): Diego e O Sindicato, Waldi & Redson e Pó de Ser. E a música tornou-se “parte de nós”.

Com a chegada da idade, passo a compreender um tiquim mais da fabulosa fábrica da canção – daí estou falando dos elos entre letra e melodia. Ao contrário de outrora, hoje penso que não é tão somente o que digo o que interessa, mas também o jeito de dizer. É o tal negócio: forma e conteúdo. “Há quem diga que eu dormi de toca” e que letra de música não é poesia. Sem querer me estender nesse tópico utópico, penso que não são raros os casos de poetas que buscaram na música um outro suporte para suas palavras – vide Vinícius, Torquato, Waly, Leminski, Capinam, Pio Vargas e por aí vai. E por aí vou. E vamos nessa, vamos lá!

http://www.youtube.com/watch?v=AvLj72apGLI

[publicado no jornal Diário da Manhã]


[1] Obrigado a Ksnirbaks e Kleuber Garcêz por revisar minha visão, na crônica de hoje.