segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Toda resenha é subjetiva

A subjetividade do texto é um assunto que interessa aos estudiosos de Hermenêutica. Se pronunciar sobre qualquer assunto implica em escolhas, que são marcadas pelos valores, gostos, cultura, visão de mundo do autor. Só se eu fosse uma anta positivista pra pensar o contrário.

Por exemplo, minha amiga Sika manifestou sua opinião contrária ao repertório que tocamos no Jambolada em seu blog:

http://blogdasika.blogspot.com/2008/09/festival-jambolada-2008-2-dia.html

segundo ela:

"Diego de Moraes e o Sindicato: Uma das bandas mais esperadas por mim na noite. Mas que com certeza, muitas pessoas presentes esperavam mais. A intenção foi muito boa em colocar as “Antigas músicas novas” no repertório, como: "Todo Dia" e "Música Estranha pra Pessoas Esquisitas", mas esta primeira, apesar de ser muito boa, fez o povo dar uma encostada na grade com as mãos no queixo para ficar olhando o Diego sozinho no palco. Um ponto a se observar é que eles também pecaram em tirar músicas que eram fundamentais, como "Deus Seja Louvado" e "Construção", ou então acrescentar "Desculpe-me mas vou cantar em português", que ao meu ver, seria uma ótima música para acompanhar o ritmo das outras. É muito triste uma fã de carterinha falar isso, mas é."


Não "é", mas é dentro de uma dada perspectiva.


Outra resenha, sobre o Calango, em:

http://independenciaoumarte.blogspot.com/2008/08/resenhas-de-shows-do-festival-calango.html

refletiu:

"Diego de Moraes e o Sindicatto: Muito se fala hoje em dia sobre esse cuiabano radicado em Goiânia, que agora começa a circular pelos diversos festivais, com suas músicas repletas de personalidade e atitude. O fato é que o rapaz consegue concentrar em si um excesso de atenção dos olhares, pelo fato de estar em performance, atuando o tempo inteiro enquanto está no palco. As músicas em geral são bastante pessoais e há uma busca por um surrealismo nas letras, e mesmo nas atitudes, acompanhado por uma banda bastante sintonizada com seus passos, mas que age como personagem secundário na farra que ele arma sob os holofotes. O lance, é que com o passar do show, tudo isso parece ser em excesso e causam um cansaço mesmo a quem se identifica com esse tipo de atitude e expressão. Talvez isso também seja fruto da falta de experimentação mais intensa na parte instrumental das músicas, que poderiam dialogar melhor com a proposta que se sente estar mais no cerne das canções e das idéias fora das linhas, das regras e dos padrões de comportamento das sociedades de agora e de antes. "

Marina em nossa comunidade no orkut manifestou : "Eu não me canso!"

Penso que componho algo que é necessário paciência pra compreensão, pois o fundamental não está no explicíto, mas no detalhe, na frase escondida no meio da zona, do caos.
Não me importo se alguns acham cansativo, pois foram "adestrados" nessa cultura veloz de pouco pensar, em que o cara tem acesso a tudo, mas não dedica plena atenção a nada (esse é um dilema da "INFERNET"- expressão do Millôr Fernandes).
Já li uns dizerem que acham Tom Zé "um saco", o Júpiter "irritante", Luiz Tatit "cerebral demais" e outros tantos gênios foram incompreendidos ou catalogados antes de ter uma "chance" de análise.
Tudo bem. Não sou um gênio- sou um japonês (pra roubar a idéia do Tom Zé...)

Não componho pra moda da semana: o meu foco é a eternidade.


É como o Pablo Kossa me disse uma vez: "fica tranquilo, Diego", pois, segundo ele, as pessoas ao falarem falam mais do universo delas do que de mim, propriamente.

A questão fundamental é respeitar o universo de cada um.

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