sábado, 5 de abril de 2008

1º Festival Matéria-Prima:no site "Outr'Análise"


Li em:

http://www.outranalise.com/



1º Festival Matéria-Prima: reflexão, conhecimento e muita animação
por Luana Teles e Alexandre Cavarzan


Durante três dias, o auditório da Radio Universitária foi palco para palestras e debates direcionados ao público em geral e aos alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG). O encerramento contou com shows de 12 bandas universitárias no Centro Cultural Martim Cererê.





O 1º Festival Matéria-Prima nasceu de uma parceria entre o selo Overture Rock e estagiários da Rádio Universitária da UFG. Com a entrada inteiramente gratuita, o público pôde conferir debates – que aconteceram entre os dias 26 e 28 de março, no auditório da Rádio –, e muita música feita por universitários no dia 29 (sábado), no Martim Cererê. O Outr’Análise esteve presente nos 4 dias de evento.

Entre os debatedores convidados, estavam Pablo Kossa, sócio da Fósforo Cultural e comentarista da Rádio Interativa, Fabrício Nobre, sócio da Monstros Discos e o professor da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da UFG (FCHF) Sebastião Rios, estudioso da relação entre música e sociedade e professor titular da UFG. Entre as bandas, as já conhecidas no meio universitário Technicolor, Diego de Moraes e o Sindicato e Sapo Verde.



Ciclo de Debates

O auditório da Rádio Universitária não esteve lotado em nenhum dia sequer de debates. Pablo Kossa tinha a explicação: “debate só enche se tiver coquetel!”. A média de 30 pessoas por dia, no entanto, não deixou os debates sem participação do público: em todos os dias, os presentes tiraram dúvidas e voltaram para casa com o conhecimento enriquecido sobre os assuntos tratados.

O primeiro dia foi destinado a discussões acerca de Jornalismo Cultural, uma vertente do Jornalismo. Os convidados proporcionaram uma reflexão, ao mesmo tempo em que criticaram a grande (ou quase total) dependência dos cadernos de cultura pela dita “agenda”. Ficou claro, ali, que Jornalismo Cultural é uma coisa, Jornalismo Informacional é outra: enquanto a primeira traz reflexões, análises e embasamentos sobre cultura, a segunda apenas informa, tendo, aí sim, o caráter de agendar os programas culturais da semana.


1º dia: Higor Coutinho, Pablo Kossa, Edson Wander e Adriana Rodrigues discutindo Jornalismo Cultural

Mercado Independente foi o eixo das discussões do segundo dia de palestras. De acordo com os debatedores, apesar da boa qualidade de inúmeras bandas, o foco principal do problema está no pouco espaço destinado a esse tipo de trabalho pela imprensa. Além da confusão entre Mercado Independente e Mercado Alternativo (vertentes completamente distintas), há, ainda, pouco público para essas bandas. Em Goiânia, a atenção está crescendo a cada ano, por meio de eventos como Goiânia Noise Festival, Vaca Amarela, Goiaba Rock, o próprio Festival Matéria-Prima, entre outros.



2º dia: Marco Antônio de Mello e Cunha, Fabrício Nobre, Lucas Faria e Luiz Chaffin discutindo Mercado Independente


O terceiro e último dia de palestras foi reservado para discutir o principal tema do Festival, a Música na Universidade. A exposição das idéias ficou a cargo de pessoas importantes para a Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (EMAC) - a professora Gyovana Carneiro e os compositores Arnaldo Freire e Jarbas Cavendish -, além da participação importante do professor Sebastião Rios, da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da UFG (FCHF), que trouxe aspectos sociológicos da música para a mesa.



3º dia: Arnaldo Freire, Gyovana Carneiro, Jarbas Cavendish e Sebastião Rios discutindo Música na Universidade


Shows


Os shows no Centro Cultural Martim Cererê alcançaram grande êxito. Há algum tempo não se via o local tão cheio e interessante. Fechando a primeira edição do Matéria-Prima, estiveram presentes cerca de 1.500 pessoas. Com uma hora de atraso (o que é natural para esse tipo de evento) os shows, no palco do Teatro Pyaguá, foram abertos pela banda Lestrade. No mesmo ritmo de animação, se apresentaram as outras bandas universitárias, como Technicolor, Inflecto, Diego Morais e O Sindicato, Incesticida, Sapo Verde, entre outros.

Technicolor foi a primeira banda a realmente levantar o público no teatro. A apresentação estava prevista para a madrugada, mas, com o cancelamento do show da Stratosamba – quase de última hora -, a banda, liderada por Sarah Alencar, mostrou mais uma vez porque se consolidou no cenário de rock alternativo da capital goiana.





O rock alternativo também esteve muito bem representado na noite por Diego de Moraes e o Sindicato. Diego, logo antes de comandar mais uma bela apresentação, fez uma participação em uma música com a banda Go.– Zero Matoso, quase sendo atingido por uma latinha de cerveja vinda de alguém do público. “Que legal! Todos os meus ídolos já levaram latadas...!”, respondeu em grande estilo. Fizeram também ótimas apresentações as bandas Camels, Radiollas, Insesticida, Johnny & Alfredo & Seus Neurônios Mongóis, Sapo Verde e Spunke.

Engana-se, porém, quem acha que só de rock é feito o Matéria-Prima. Apesar do cancelamento da Stratosamba, a chamada Nova MPB e os clássicos de Noel Rosa e Cartola apareceram muito bem com a banda Go.– Zero Matoso e Arnaldo Freire & Kaloni, respectivamente.



Arnaldo Freire e Kaloni

No dia dos shows, no espaço Martim Cererê, além da boa música nos estilos rock e MPB, também foram disponibilizados ao público ‘banquinhas’ que venderam desde petiscos à bijuterias. No espaço do Bar Karuhá tocaram os DJs As Marias, Leandro Porto e François Calil. Os shows acabaram por volta das três horas da madrugada.



O Outr’Análise se aproveita deste espaço para parabenizar toda a organização do 1º Festival Matéria-Prima. Entendemos ser esta uma iniciativa primorosa. Torcemos para que o projeto continue nos próximos anos e que tenha cada vez mais sucesso.




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2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Pedro Moraes disse...

E em breve, também no Outr'análise, entrevista com Diego de Moraes!

o/