quinta-feira, 17 de abril de 2008

Júpiter Maçã: "Me sinto um tanto quanto decadente, mas com estilo..."









Há exatamente 1 semana atrás tivemos (nós, do Sindicato)a oportunidade de abrir o show do Júpiter Maçã, em Goiânia, que ocorreu no Bolshoi.
Entre nós 6 existem várias diferenças (de opiniões, de gosto e até de visão de mundo), mas existem algumas convergências também, como Mutantes e Jorge Ben. A importância do Júpiter, pra banda, é que é um dos pontos de intersecção. A obra dele é referência e ele é ídolo pra gente, pra não dizer (anti) herói.
Logo, a possibilidade de tocar no mesmo dia que ele: foi uma honra.
Achei o show dele muito intenso e honesto. Mas teve muita gente que não gostou, que o achou um decadente (mas creio que ele tem consciência disso- como canta na "Casa de Mamãe", uma das minhas faixas preferidas de sua última obra prima: "Uma Tarde na Fruteira").
Teve uma garota que gritou: "Velho babão!". Acho que isso mexeu com ele, pois respondeu: "Ainda não, mas estou quase lá." ou algo assim...
Beatle George foi um momento lindo! É como o Gabriel Cruz (percussão do Sindicato) disse: "Poucos shows a participação do público é tão importante como esse!"
No meio do Show o Márcio Júnior (Mechanics) me disse: "Olha o seu futuro se você ficar nas drogas". E eu: "futuro negro, hein? Mas pode ser o seu também, não?". E o Márcio: "Eu estava quase assim, mas virei pela esquerda e fui pra outro caminho".

Fiquei com medo de ir conversar com ele (depois do show), pois ele parecia muito louco. E, estou com mais medo ainda, dele morrer logo, antes de compor outra obra prima (espero que não, mas...). Me disseram, que nos bastidores do Abril Pró-Rock, em Recife, ele parecia muito triste, chateado.

O show do Júpiter me levou a ficar pensando sobre a passagem do tempo, sobre envelhecer, sobre desgaste, que todo artista (aliás, todo ser humano) está sujeito...
Eu já estava pensando sobre isso há algum tempo, mas essa situação foi significativa.

Mas, tirando essa onda negra, achei o show "ducaralho" (embora ali não fosse um "Lugar da Caralho", pois a cerveja era muito cara). Teve um momento em que pareceu que o Jim Morrison baixou nele e ele disse algo assim:
"- Ei, garota! Estamos, só eu e você, no deserto. Não tem escapatória!!!!! Estou comendo uma Vaca Morta, mas eu te amo!"



Talvez as palavras não foram bem essas, talvez os detalhes mais importantes eu não me lembre agora pra escrever aqui ou até prefira prefira guardar pra mim. Mas, uma coisa é certa:

Foi um show inesquecível!
Até agora aquelas imagens, mescladas com o som, estão fotografadas na minha cabeça.

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