todo domingo o Dm Revista publicará
uma crônica minha.
Extréio com essa bagaça aqui:
Stanislaw,padre Peclat e eu.
Olá leitor amigo (a). Sou o Dieguito “de Goiais” – cantor, compositor, professor, contador de lorota, chargista e eticétara e tal. Enfim, uma espécie de “servente”. Tento enfrentar e servir a qualquer empreitada que pintar. Um “pau pra toda obra” a seu dispor...
Fred Leão (do DM) me pediu uma crônica. Muito feliz, e desesperado simultâneamente, com a encomenda, matutei vários temas pra crônica (gênero totalmente “perna aberta” que transita entre jornalismo e literatura). Pro pontapé inicial, decidi falar de minha devoção a um dos maiores cronistas desse país – o humorista Stanislaw Ponte Preta (alter ego de Sérgio Porto).
Tornei-me um leitor obsessivo desse camarada no “antigo” ginásio (jesuis tô ficando véi!) na saudosa Escola São Francisco de Assis, em Senador Canedo. A irmã Sueli passou uma coletânea do Stanislaw, que fez minha cabeça. Barato do bom, sem contra-indicação!
Durante o recreio, quando eu não tava atuando enquanto “gandula” e nem observando as meninas com minha mente onanista (só observando pois na época, eu, eleito “o cara mais feio da escola”, ainda não era um “galã” do rock nacional - hehe), dava uma de rato de biblioteca.
Ali lia o lalau. Histórias hilárias injetavam ironia na minha mente pueril. Eu, que era só um leitor do Pentateuco, começava a me especializar no “jeitinho brazuca” de levar (n)a vida.
Stanislaw marcou o linguajar do povo (como ao chamar a TV de “máquina de fazer doido”), compôs o Samba do Criolo Doido (tem no youtube!) e unindo piada com reflexão,no pós-golpe de 64, ironizou aquela situação kafkiana, com maestria, ao apresentar o Festival de besteira que Assola o País (o Febeapá). Aspas pro gênio:
“É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da ‘redentora’, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem ‘otoridades’, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a ‘redentora’, entre outras coisas, incentivou a política do dedurismo (corruptela do dedo-durismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo – alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar.”
Daí segue uma seqüência de casos esdrúxulos como o do DOPS invadir o Teatro Municipal de Sampa na estréia da peça Electra, para prender o “subversivo” Sófocles, falecido em 406 a.C.
Entre os vários casos do Febeapá me surpreendi ao ler sobre o padre Peclat de Senador Canedo na crônica Deu mãozinha no milagre – que une Lalau, Peclat e eu.
Pois moro na rua Pe. Peclat, no lote que mamãe comprou das mãos do próprio padre “santo do pau oco” que fez a santa chorar e que, segundo as más línguas, aprontava debaixo da batina, iniciando sexualmente muitos garotos. De batina preta ele vendia lotes num casarão em frente a igreja, onde moravam as chamadas “mulheres do padre” (entre elas, uma apelidada Maria Perereca) – mas isso não entrou no texto do Ponte Preta.
Stanislaw se ligava no que acontecia pelo país. Imagina o que ele aprontaria na “era do twitter”!
E pensar que conheci Stanislaw em uma escola de freiras... e hoje, sambo feito um Criolo doido vendo a continuidade do Febeapá nesse ano eleitoral.
2 comentários:
Dieguito, sempre surpreendendo!
Há, Stanislaw!
Este eu conheci já na facul Dieguito, mais especificamento nos arquivos, mexendo naquelas revistas velhas que eu estudava. "Ele" sempre estava lá, nas últimas páginas, "atrapalhando" o andamento do meu trabalho. Era difícil mesmo pular essas páginas sem ler. Foda!
Parabéns pela coluna no DM, pelo lance da +Soma... sucesso sempre pra vc!
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