quarta-feira, 8 de junho de 2011

AVERIGUAÇÕES

Na página 55 do livro COISA INCOESA (1993) de Edival Lourenço (goiano de Iporá, que acaba de lançar, nacionalmente, o romance "Naqueles Morros, Depois da Chuva" - vide a @revistabula ) tem esse poema aí, que, entre outros, chamou minha atenção... O cara é fera!



AVERIGUAÇÕES


piso um passo no espaço
e procuro um piso duro
que eu possa passo-a-passo
pisar em piso seguro

forte como fiz e faço
um espaço pro futuro.
pra pisar em piso escasso
vazar em espaço sem furo

faço imaginário traço
de piso-ponte seguro
pra ver o que falo e faço
do lado de lá do escuro.

piso um passo no seguro
e procuro um piso-passo
forte como fiz o furo
sobre o incisivo traço.

vazar espaço sem furo
pisar em piso escasso
e, do lado de lá do escuro,
conferir o que falo e faço.

pra ver o que falo e furo
no escuro piso-espaço
traço imaginário duro
do futuro em descompasso.

2 comentários:

blogueiro disse...

Eu vi apenas um excesso de aliterações que deixariam até o Zeca Baleiro envergonhado.

Anônimo disse...

Gostei do texto. Acho interessante o uso de aliterações e jogos de palavras.