quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Sobre o Noise em blogs da vida...

Esse blog funciona mais como um arquivo pra mim.
Aí embaixo vai algumas resenhas q saíram em blogs sobre o Goiania Noise:












DIEGO DE MORAES

O show do Diego me surpreendeu. Eu espero sempre muito mais dele do que de uma banda tipo o Barfly. Mas vamos ao menino que é o mais importante.
O Diego e sua banda de apoio que eu nunca sei o nome estão conseguindo misturar boas influências e deixar a música com uma cara própria, isso é bacana. É como se um moleque novo que tivesse começado a andar de skate a uns cinco anos e o estilo dele começasse a aflorar. É bom de ver. E teve uma hora do show que eu lembrei de Shane Cross




http://www.ambienteskateshop.com.br/ambiente/index.php?cmd=carregaFrame&id=308



E tem fotos!




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http://www.hellcity.blogger.com.br/

Chegando no Goiânia Noise Festival
Por Dewis Caldas
Volume Comunicação
Cuiabá, MT

"Um bocadim pra entrada do Seven, instrumental de execução nobre, firme e bem elaborado, uma das bandas que me ponho pra escutar em casa - depois daquele show."

"Diego de Moraes me fez lembrar Tom Zé na década de 70, acompanhado pela banda Os Imorais, fez o público primeiro bater o pé e depois bater a cabeça com letras escrachadas e muitas vezes incompreensível - grande revelação goiana o garoto."



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http://www.dynamite.com.br/portal/view_coluna_action.cfm?id_colunista=44&id_show=1562#
O Inimigo vê o Goiânia Noise."
por Eduardo Mesquita


"Ainda no palco externo (que depois se revelou uma grata surpresa em termos de som) quem entrou na seqüência foi o Seven, também goiano. Já disse em outras resenhas de shows desses caras que eu tenho preguiça para som instrumental, com exceção para Dead Rocks, mas o Noise desse ano vinha com grandes bandas instrumentais e eu me preparei para a aventura sem vocalistas. Além disso, eu tinha sido questionado uma vez pelo Eduardo, guitarrista do Seven, sobre essa minha preguiça e tivemos uma troca legal de emails, até que percebi que essa preguiça era só má vontade e reconhecimento da minha pouca informação. Comentar banda instrumental é seara dura, precisa de informação, conhecimento técnico e eu não tenho tudo isso, reconheço. Falo do que sinto e música instrumental mexe muito com sentimentos, mais do que letras e vozes. Mas assumir um defeito é um primeiro tímido passo para sua superação, assumi que sou fraco para comentar e perdi a vergonha de fazê-lo. Eis-me aqui. Na apresentação Fal - o MC oficial do festival - comete um erro comum e chama o baixista Aderson de Anderson, eu já tinha feito isso antes."

"Eis-me aqui. Na apresentação Fal - o MC oficial do festival - comete um erro comum e chama o baixista Aderson de Anderson, eu já tinha feito isso antes. E aí a banda se mostra no palco com integração, profissionalismo, competência e bom humor. Bom humor? Como uma banda sem letras e que toca olhando uns para os outros no palco mostra bom humor? Nas intervenções e no tanto que se divertem no palco. Kolody tenta explicar a presença do quarto integrante nos teclados e efeitos, mas desiste com um "ninguém entende nosso som mesmo" e toca o show. Eu me rendo, o show dos caras pode ser tudo menos frio. A técnica não mata a espontaneidade, como eu havia imaginado. Sim, as músicas são elaboradas, intrincadas, o que um mau-humorado poderia chamar de "punheta musical", mas os caras fazem com tanta vibração que se torna um petisco saboroso. E não se limitam a serem meros tocadores no palco, prova disso é a tentativa malfadada de Aderson de dançar alguns passos de samba. Mesmo chacinando o rebolado (êita cintura dura desse menino!), Aderson coloca uma pitada de deboche no show que se integra aos discursos dadaístas de Kolody e a cara safada do Paffa. As pessoas nessa hora começavam a tirar seus óculos escuros, pois a noite caía, e o céu da cidade se abriu em um halo num anoitecer lindo com um vento quase frio. No palco rola uma jam session entre quatro amigos e no céu uma auréola se anuncia. Bons presságios. Bom show."







Ainda em "O Grito do Inimigo"

http://www.dynamite.com.br/portal/view_coluna_action.cfm?id_colunista=44&id_show=1562#

"O Inimigo vê o Goiânia Noise."
por Eduardo Mesquita

"Diego de Moraes começou o show antes do Barfly terminar, talvez uma tentativa da produção de recuperar o atraso e não atrapalhar os headliners. Louvável se eu não tivesse que subir aquela rampa correndo para não perder o show.
Diego venceu as votações da Trama Virtual, junto com Stuart e The Name. Isso mostra força e dá moral pra subir no palco, mas ele não precisa de mais moral. O sujeito tímido fora do palco vira um alucinado frito no palco e não tem medo de nada. Mais força? Ele sairia voando. Curioso que muita gente reclamou sobre a vitória dele nessa votação com o argumento boboca de "melhor seria alguém de fora". Pois eu achei ducaralho termos esse cuiabano de Senador Canedo emprestando gritaria para o começo de noite do Noise. Mostrou ainda mais o ecletismo da terra-pequi, bem notada pelo José Flávio Jr. na Folhateen. A música do Diego é esquizóide, já falei isso. Muita gente compara com Raul Seixas (ninguém grita "Toca Raul" num show do Diego. É redundante.) outros comparam com Tom Zé, e as comparações são válidas, mas Diego quer ir além e tenta colocar sua cara sorridente no som que faz. Funciona. Eu não aprecio muito, preciso sempre reafirmar isso, mas talvez a repetência comece a vencer meus limites e eu tenho que admitir que esse show foi muito divertido. Mas nem todos vivem isso. Ao meu lado meu amigo Porcão, que hoje vive em Palmas, dispara: "Cara, você me conhece, sabe que não sou cabeça fechada. Mas para algumas coisas eu ainda sou radical. Não aguento isso aí!" e vai embora de volta para seu comércio. Diego é muito para meu grande amigo enorme."
"Mas não dá pra negar o carisma do sujeito violeiro. Ele leva a platéia com a mão, e parece não perceber que tem esse poder todo. Usa com displicência seu magnetismo, é simpático e ao final resolve ser mais ousado iniciando um strip (que felizmente não vai em frente) e uma provocação: "Eu sou uma mentira!".
Errou. Muitos podem não gostar, Diego, mas você é de verdade. You´re for real, man!"













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outro blog:

http://velocipedeaquiles.blogspot.com/

Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2007

13 GOIÂNIA NOISE:


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Na sexta tivemos “a noite das patricinhas”, com um público de “gente bonita” – como foi notado até mesmo pela imprensa formal – se destacando, mas não majoritariamente, até porque haviam bandas que mudavam o tom, como Sick Sick Sinners, MQN e Móveis Coloniais de Acajú. Por outro lado, Barfly, Diego de Morais, Violins e Rubín e Los Subtitulados, se encaixavam – bem ou mal – no modelo do Pato Fu.


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A música evangélica que movimenta boa parte da sociabilidade juvenil na periferia de Goiânia e em municípios vizinhos é uma importante escola de formação musical para o rock e gêneros afins - desde que, no momento certo, a pessoa escolada na igreja saiba deixá-la. Já tivemos o The Ugly, de Aparecida, e agora temos com o cidadão canedense Diego de Moraes uma fórmula musical que, longe de ser original, ultrapassa em muito os limites do grunge, do rock inglês e de outros estilos underground cultivados no Entorno, indo além do próprio conceito de rock.

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A primeira comparação que podemos fazer é, muito mais do que com Raul Seixas ou algo assim, com Bob Dylan. É uma comparação desfavorável mas necessária. Bob Dylan fazia uma música genial dentro dos gêneros musicais em que atuava. Sua fórmula foi brilhante em seu estilo, em sua época e país de origem, possibilitando a Dylan a mágica de se tornar um ídolo da música pop internacional. Estes elementos são, no entanto, muito difíceis de serem lapidados na periferia da periferia da periferia. Seu modelo é por demais reproduzido, suas letras são muito acima da média para os padrões da produção local mas não são exatamente boas. Sua imagem nos remete - mas sem encontrar respaldo nas letras e na atitude – ao espírito libertário das canções de protesto da década de sessenta, feitas pelo folk e também pela MPB.


Por outro lado, Diego de Moraes está muito bem posicionado em “potencial de sucesso”. Vou explicar melhor: existem algumas bandas da cena alternativa goianiense que possuem um certo apelo pop e que, portanto, têm algum potencial de sucesso. O conceito de “sucesso” que estou utilizando aqui se refere a um referencial que norteia há anos a produção Monstro-Fósforo: o padrão Los Hermanos. Este padrão diz respeito à forma como muitos integrantes de bandas goianienses entendem o Los Hermanos e sua carreira.

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Entre as bandas goianienses, selecionei quatro nomes que, ao meu ver, se destacam - ou se destacaram em um certo momento - em termos de apelo pop e irei mostrar porque acredito que, atualmente, Diego de Moraes e , em seguida, Violins, têm o maior potencial de sucesso entre esses nomes. Deliberadamente deixarei de lado aqui bandas que não são de rock ou não estão diretamente ligadas à produção alternativa goianiense, excluindo também a produção heavy metal, HC e punk.

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Diego de Moraes: Se a trajetória do Violins é marcada por uma mudança deliberada para um formato mais pop, a do Réu e Condenado pela intervenção de Lobão e a do Rollin' Chamas pelo auto-investimento, com Diego de Moraes, acontecem os festivais. Uma vitória em um festival acústico - o 25º Festival de Violeiros e MPB do SESI, realizado em 2006 - e uma vitória no festival de novas caras do rock alternativo Tacabocanocd, organizado pela Fósforo Records, serviram de background para a seleção para o festival No Capricho, realizado pela conhecida revista feminina homônima. Este concurso foi também devidamente vencido. Enfatizo essa questão dos festivais não porque para vencê-los é preciso agradar a um júri e, cada vez mais, ao público - e ter muitos amigos votando na internet -, mas porque os festivais são uma tradição que combina bem com o estilo musical de Diego de Moraes.

O que virá adiante na carreira de Diego de Moraes é impossível saber para pessoas não dotadas de poderes sobrenaturais, mas o “potencial de sucesso” deste músico parece promissor, já que na imagem retrô do jovem poeta que corre o mundo com seu violão ainda restam os últimos brilhos da chama dos protest songs.


De qualquer forma é preciso deixar bem claro que o show do Diego de Moraes - ou Diego e os Imorais - foi um dos melhores do festival e talvez o melhor feito por nomes locais - Spiritual Carnage à parte, como hors concours. Seja qual for seu apelo pop, em termos de rock alternativo – e além, porque seu trabalho transcende os limites do rock -, temos aqui um grande nome que ainda não alcançou sua plenitude.

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