segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Danislau e Whitman


Danislau Tb é poeta?
– é, sim sinhô.
– é cantor?
– é, também.
– é um showman performer?
– é, também.
– é cronista de jornal?
– é, também.
– é professor?
– é, também.
– é pesquisador?
– é, também.
– é um paizão?
– é, também.

Ele é o DANISLAU TAMBÉM, grande po(rr)eta da banda dos meus amigos de uberlândia: Porcas Borboletas (se você ainda tiver cometendo o vacilo de não ter ouvido esse que certamente é um dos melhores do ano, corre lá, ó:
http://www.porcasborboletas.com.br/ )
É o meu “herói hesitante”: mestre Danislau (daqui a pouco “dotô”, pois felizmente ele passou pro doutorado! Bão demai... além de talentoso, o menino é esforçado TAMBÉM, sô!)...
Fiquei sabendo que no dia do show que rolou por mim no Puxadinho Da Praça (puxado pelo Daniel Groove) Danis foi lá e recitou um poema do Whalt Whitman.
Por coincidência (ou talvez coincidência porra nenhuma, pois temos os universos em sintonia...), quando eu tava no hospital, tava lendo o livro de entrevistas com o beatnik Allen Guinsburg ("MENTE ESPONTÂNEA") que saiu esse ano (e foi o que me restou de melhor por ter trampado na Livraria da Vila em SP, além dos amigos: Jacqueline Follet, Dave Santos, Paulo S. Gomes, Roberto Guidoni e "agregados") e na pág. 31 Guinsburg diz:

“Sentir a pele do outro é instintivo. O carinho entre as pessoas é uma coisa instintiva. Carinho entre homens e homens, assim como entre homens e mulheres. E entre mulheres e mulheres. Leia isso em Whitman. Foi muita coragem dele para demonstrar ternura livremente, e pela primeira vez, nos Estados Unidos; mas isso está na base inconsciente de nossa democracia, não é?”

E o poema que o Danislau o leu, instintivamente (enviando good vibration de SP pra mim em GO), é assim, ó:


“Nós dois juntos, meninos e abraçados,
Um nunca deixando o outro,
Seguindo pra cima e pra baixo pelas estradas, fazendo excursões pelo Norte e pelo Sul,
Desfrutando o poder, esticando os cotovelos, apertando os dedos,
Armados e destemidos, comendo, bebendo, dormindo, amando,
Não havendo lei maior do que a de nós mesmos, navegando, combatendo, roubando, ameaçando,
Preocupando gente avara, beata e servil, respirando o ar, bebendo a água, dançando na relva da praia,
Destruindo cidades, destemidos e arrogantes, tirando sarro das normas, perseguindo a fraqueza,
Realizando nossas pilhagens.

(Cálamo - Nós dois juntos, meninos e abraçados)”


Ele me diz que é melhor ler o poema em inglês, então vai aí a versão em english pra quem sacar:

“WE two boys together clinging, One the other never leaving, Up and down the roads going—North and South excursions making, Power enjoying—elbows stretching—fingers clutching, Arm’d and fearless—eating, drinking, sleeping, loving, 5 No law less than ourselves owning—sailing, soldiering, thieving, threatening, Misers, menials, priests alarming—air breathing, water drinking, on the turf or the sea-beach dancing, Cities wrenching, ease scorning, statutes mocking, feebleness chasing, Fulfilling our foray.”

Vamos seguir abraçados, tirando sarro das normas, meu amigo, menino Danislau!
— com Danislau Tb.

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