sábado, 12 de junho de 2010

texto de Andréia Pita sobre nossas prosas

Estou aqui no Goiânia Ouro, pois hoje é
o último dia da temporada no "Cabaré do Teatro Ritual 2010"(Episódio Pecadinhos),
que começa daqui a pouquinho...

Quando cheguei, Andréia Pita (a diretora)
me perguntou se li o que ela escreveu no blog do Teatro Ritual.

Corri aqui no computador do ouro e li esse texto dela,
que faz referências a algumas de nossas várias conversas,

durante o processo da peça.

Colo aqui pra guardar essa linda lembrança,
desse fechamento de ciclo,
dessa experiência maravilhosa,

que foi trampar com a galera do teatro:


Outro dia o Diego de Moraes disse que Wally, o Salomão falou:“Chega de papo furado de que o sonho acabou. A vida é sonho, a vida é sonho, a vida é sonho...” Fui ver, era isso mesmo, num trailer do documentário sobre o cara. Maravilhoso!Diego, desculpe aí por não ter dado para incluir outras músicas suas no Cabaré “Pecadinho”. Ainda não deu e o Cabaré acaba agora neste fim de semana!E lembro do Diego contando as histórias e fofocas do rock.The dream is over, diria John Lennon, que na música negou Buda, negou Gita...E lá veio Diego com “Capitô”: “antes de mais nada vou dizer quando foi que o sonho acabou. A carruagem já virou abóbora e na esquina capotou, capitô?”E a vida é sem pontos finais mesmo , É mal estar da civilização e da sociedade do consumo,Talvez porque os EUA ficam pregando que a qualquer momento o Irã pode soltar uma bomba, Talvez porque petróleo não pára de ser derramado no mar, Porque flower power só se fôr de butique, Eu não tenho culpa, quando eu nasci o mundo já tava assim, o muro de Berlim já tinha caído não vou mudar nada mesmo, Tudo consumado no consumo - empresas dominando população pela alimentação e já não temos condições de saber por quantos lados estamos sendo dominados/comidos e para aliviar nos dopamos com drogas, religião e ou sexo, E engavetamos nossos sonhos, exercitando-os apenas em estados alucinatórios, e a potência é usada para quê? Nunca o homem viveu numa época tão profícua mas também nunca se tomou tanto anti-depressivo , Mundo sem rituais, apelando para eventos macabros, e mais excitantes à medida que mais macabros, pro grotesco fresquinho e surpreendente porém não original dos telejornais-bomba-de-cada-dia, Vivendo no meio de uma guerra onde as identidades são móveis, nunca se sabe pode-se mudar de opinião de um dia para o outro, Não se muda de partido? Não se muda de marido? O que é estável nos tempos atuais? O que fazer? Intelectuais sem papel de transformação, poetas sem poder de persuasão, e Diego pontua “...tantos séculos de evolução para acabar nessa situação: só um nome na lista telefônica!” É isso, Diego, tá tudo no superobjetivo da peça! Se é que um espetáculo de variedades se presta a isso. Gostaria de agradecer a todos que participaram da aventura e à oportunidade de dirigir este Cabaré dos meninos do Ritual. Que daqui a pouco vão pro Japão!Deus os abençoe e os proteja, diz aqui a goiana maternal. Já a dionisíaca diz: que os atravessamentos potentes sejam bem vindos! E depois voltem, do oriente ao ocidente, do espírito à matéria, e que todos entendamos que um influencia inelutavelmente sobre o outro. E aí, Diego? O que você diria sobre isso? E John Lennon, diria o quê?Talvez o que os odientos de carteirinha de Yoko Onno não aprovassem.Mas que a flecha do Oriente seja bem vinda ao coração do Brasil, nunca mais seremos os mesmos.Corpos-espíritos-culturas diferentes nesta era da diversidade.P.S. de Diego oferecendo a outra face: “O sonho não me sai do pensamento(...)Quero um refrão pra canção ser um ato de fé!” Por enquanto, no sábado, só mais um Pecadinho! Andrea Pita

Um comentário:

PÓ DE SER disse...

captar as vibrações de um corpo que sonha, interfere na realidade!
transforma, muda o rumo, extravia.
Cria um caminho de sonho possível, palpável e imedi(ato).
O sonho começa quando o relogio desperta, captou?
acorda!