sexta-feira, 27 de junho de 2014

"Genival Lacerda tem a ver com Elvis e com Jerry Lee"





GENIVAL LACERDA...

também NÃO podia faltar no "Arraiá do Dieguito",

pois como já disse o Raul...



"Há muito percebi

que Genival Lacerda tem a ver com Elvis e com Jerry Lee"



E legal que ele diz isso bem no "Panela do Diabo", disco que gravou com o Marcelo Nova perto de morrer.

Mesmo colocando o pé na cova, Raul ainda tirava onda com a cara dos baianos tropicalistas ( Caetano Veloso, Gilberto Gil )...

O "Teatro Vila Velha" era onde os universitários se encontravam no fim dos anos 50 para apreciar a bossa nova (que ele chama de "bosta nova"? hehehe), que, segundo o Tom Zé "inventou o Brasil em 1958".

Raul (fã de dois "reis": o do rock, Elvis, e o do rei do baião, Gonzagão

- por isso vai criar o "baioque", baião com rock em "Let Me Sing")

 era, na época, de outra turma, que estava ouvindo Elvis e Chuck Berry...

Erasmo Carlos diz que, se tivesse internet na época, Raul teria ficado amigo dele, de Roberto e Tim Maia ("Os Sputniks"). Bom, daí talvez ele teria entrado pra jovem guarda e não seria o "Raul Seixas" mas continuaria sendo o "Raulzito"... mas aí seria ooooutra história.



Ano passado eu disse pro Felipe Kowalczuk (da produtora que fez o filme Raul Seixas O Filme, dirigido pelo Walter Carvalho)

que a grande lacuna do filme foi não ter perguntado pro Caetano sobre dois versos do Raul:



1) "Eu não tenho nada a ver com a linha evolutiva da música popular brasileira" (conceito do Caetano que colocava a Tropicália como uma "evolução" que vinha da Bossa Nova)



2) "No teatro Vila Velha, velho conceito de moral

Bosta Nova pra universitário, gente fina, intelectual"



Era mais importante falar dessas duas coisas do que o Caetano  vir dizer que "Ouro de Tolo é genial".

Se eu, enquanto historiador (que é a minha formação) estivesse fazendo uma assessoria pro filme, não deixaria passar essas duas questões (ou, pelo menos iria citá-las em algum momento da narrativa).

Mas legal que na sessão de lançamento o grande Walter Carvalho esclareceu que esse era o Raul "dele", era um visão escolhida.

Até postei no youtube esse vídeo dele dedicando a sessão de estréia em Goiânia ao jornalista ambientalista Washington Novaes:

https://www.youtube.com/watch?v=y85TCt09ito







"Já dizia o Eclesiastes há dois mil atrás:

'Debaixo do sol não há nada novo'

Não seja bobo meu rapaz"



E é dessa parte do Eclesiastes do sábio Salomão que o Múltiplo Leminski ( Leminski ) se inspirou pra dizer:

"o novo não me choca mais

nada de novo sob o sol

o que existe é o mesmo ovo

chocando o mesmo novo"


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