Deixando o boato de lado, vamos ao fato. Juraildes é um gênio. Pela via da ironia, responde aos que “andam falando que nosso rock é dançar catira”. Em 2008, eu e meu parceiro Fernando Simplista, tivemos o privilégio de dividir o palco com esse mestre, no Goiânia Canto de Ouro, grande evento que possibilita o encontro musical de vários “frutos da terra”. Eu, “frito da terra”, fico feliz ao ver que o cancioneiro produzido em Goiás vai além do som dos filhos de Francisco que mexe com a minha cabeça e me deixa assim. É o amor!
E não é de ver que Juraildes, no ano que foi, foi ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde estava Zezé e outros nomes do quilate de Caetano Veloso (só os que “late”!), por ter sido indicado ao 21º Prêmio de Música Brasileira? A surpresa do mestre Jura foi ser contemplado como melhor cantor na categoria “voto popular”. Ao receber o prêmio das mãos do violonista ins-pirado Yamandu Costa, disse com seu jeito de matuto astuto: “Jabuti não sobe em pau, ou foi enchente ou mão de gente”. Os dedos dos internautas o colocaram lá e você pode assistir no site dele (http://www.juraildesdacruz.
Com impressão digital no som de seu violão e letras espirituosas, Juraildes usa de ritmos tradicionais para falar de temas atuais. Mais que um folclorista, um criador. A grandeza do artista está na sua singularidade. Esse compositor de Aurora do Tocantins, que mora em Goiânia há anos, em 2000, foi classificado no projeto "Rumos Musicais" do Banco Itaú, para representar o Centro-Oeste.